O polvo financeiro da desindustrialização do Ocidente
Nos anos 70 quando residíamos em Joanesburgo, África do Sul,
tivemos a sorte de conhecer e
conviver com um ilustre Professor da Faculdade de Direito de New Jersey, Estados Unidos, de seu nome Albert Blaunstein grande conhecedor dos problemas africanos e amigo de
Portugal.
Este Senhor
deu-nos a conhecer e forneceu-nos documentos não classificados da "CIA", que descreviam com detalhe a formação e orientação política
de organizações secretas que orientavam e coordenavam toda a
política e economia americana e mundial. Foram elas o"Council
for Foreign Affairs, Trilateral e Bildebergers".
Durante anos escrevemos com
detalhe as consequências económicas e políticas em todo o Mundo que afectaram vários Países e
Portugal com especial relevo para
a descolonização "exemplar" de Mário Soares e Almeida Santos.
Antes de
prosseguir com este artigo devo fazer um
parágrafo para relatar um episódio que
se passou a semana passada com a minha pessoa na livraria Almedina do Átrio Saldanha. Conheci
em Coimbra o fundador, o Senhor Machado. Esta livraria tornou-se famosa pois resolveu publicar as "teses" de doutoramento ao
longo dos anos dos vários Professores que pela Universidade de Coimbra
passaram, e é ainda hoje uma excelente livraria.
Quando me
entretinha a percorrer os corredores da
livraria vi dirigir-se para mim uma pessoa muito sorridente. Pois era
nem mais nem menos do que Mário Soares, que me disse;"Eu conheço-o
de qualquer lado"!!!
Eu não queria
acreditar no que estava a ouvir, depois de tantos anos eu ter criticado aquela personagem que com Almeida
Santos considero dos maiores traidores da História de Portugal.
Eu
respondi-lhe;" Eu vou avivar-lhe a memória. O Dr conheceu-me em Pretória, África do Sul, num hospital onde eu fazia
cirurgia e o Dr. estava de visita ao seu filho gravemente doente vítima de um acidente de aviação quando foi visitar o Dr.Savimbi na Jamba
no Sul de Angola:
" Há então
foi daí....Já lá vão bastantes anos...
Sem
comentários.
Mas voltando ao
assunto deste meu artigo:
Há já bastante
tempo que quer a Trilateral, quer os Bildebergers deixaram de ser notícias no panorama
internacional, e é a "Crise Económica" que tem sido o tema e
infelizmente para todos nós o desastre financeiro de todo o Mundo. O agente que tem
orientado e organizado esta crise tem um nome."Banco Goldman Sachs,
autêntica teia de aranha que une o coração da alta banca de negócios aos
decisores de Washinghton, Paris, Bruxelas, Berlim , Pequim e até Londres
o centro desta "nebulosa" que é a City.
Haverá alguma
ligação com aqueles organismos e o modo de actuação desta "Crise"? Aparentemente nunca
poderia haver, mas na realidade é o mesmo modo de actuação daqueles organismos que
querem dominar o mundo financeiro.
E Mário Monti é um exemplo. Foi
nomeado Presidente da Trilateral em Maio de 2010 por Peter
Sutherland o ex Presidente da mesma. São
favores que se pagam....Aliás P. Sutherland era Presidente do
Banco Goldman Sachs International.
Nascido em 9 de
Dezembro de 1821 Marcus Goldman este alemão natural de uma pequena aldeia pobre da Baviera emigrou para
os Estados Unidos. Balbuciando algumas palavras de inglês sobreviveu
como vendedor ambulante em New Jersey. A sua salvação veio do casamento com a filha de um ourives natural da Baviera. Em 1869, Marcus
Goldman muda-se para Nova Iorque, já com 5 filhos. Aliás um deles
juntou-se mais tarde à empresa
Sachs. Nesse mesmo ano lança-se na finança. Os melhores amigos dos
Goldman são os Sachs. Em 1882 o corrector associa-se com o genro, contabilista de formação para formar
a Companhia Goldman and Sachs, rebaptizada mais tarde Goldman Sachs& Co, sua designação actual. Rapidamente esta companhia expande-se
não sónos E.U. como na Europa. Liga-se a uma empresa financeira
alemã judaica os Kleinwort e uma outra sociedade (50-50), o Lehman
Brothers fundada em 1884. No final do século XIX erguem a
omnipotente casa Morgan, patrocinando a criação de enormes "trusts"
industriais General Electrics,
U.S.Steel, ou American Telephone & Telegraph que representavam a então América das Mil e Uma Noites, mas também
os seus excessos, os seus abusos e os seus barões ladrões (robber
barons).
Em 1890, o
Goldman Sachs é o número um do negócio dos créditos e 6 anos mais tarde está inscrito no New York Stock
Exchange. Marcus Goldman morre em 1904. A firma tem três sócios principais e
3 juniors, dependendo as suas capacidades financeiras do Associado
Lehman Brothers.
A revista "Rolling Stone" publicou
em Julho de 2009 um artigo contundente expondo o
papel do Goldman Sachs em quase todas as
crises financeiras desde há 80 anos. O autor Matt Taibbi descreve o
banco como um "formidável polvo vampiro enrolado em torno da
humanidade, enfiando implacavelmente o seu sugadouro em todo o lado onde
há dinheiro".
Ao longo de
muitos anos o Banco foi lentamente controlando todo o sistema financeiro europeu e não só.
Começando pela
Grécia e na sucursal de Londres uma funcionária de seu nome Antigone Loudiadis (Addy) diplomada em Oxford,
foi ela que ajudou a Grécia a
camuflar a sua dívida.
Em 2001 e com a
transacção que ela conduziu em Junho de 2001 com o governo grego fez
render 300 milhões de dólares ao seu patrão. O império Goldman
interessou-se especificamente pela Grécia pela natureza da sua dívida. Trata-se de obrigações complexas ,indexadas
a critérios fluidos e
que se prestam particularmente à especulação.
Estes títulos do tesouro têm falta de liquidez. A astúcia
com que se efectuou esta transferência permitiu a Atenas fazer
desaparecer momentaneamente milhares
de milhões de euros de dívida num abrir e fechar de olhos. Por
outro lado o Goldman mete no bolso margens chorudas e vê a sua
reputação de bom gestor de dívida soberana levada ao cume.
Em 2006 o
Goldman distancia-se da Grécia. Para manter alguma ligação torna-se conselheira do National Bank of Greece
(NBG) através de uma sociedade
offshore situada no paraíso fiscal americano que é o Delaware e transfere sub-repticiamente a dívida contraída do
Goldman para confundir as pistas. Esta dívida é reescaloada até 2037
de 5,5 mil milhões de euros. Isto em Outubro de 2009. Um mês mais
tarde Gary Cohen, número dois do Goldman desembarca em Atenas
acompanhado de investidores. Entre
eles figura John Paulson o patrão do fundo especulativo americano epónimo, grande cliente do Goldman
Sachs.
Estas
maquinações do Goldman na Grécia levantam um coro de protestos. A
Chanceler Angela Merkel considera "escandaloso" que alguns bancos tenham
podido provocar a crise do euro ajudando a Grécia a falsificar as suas
contas.
A crise grega
revelou-se um maná para os "gnomos" de Nova Iorque. Embolsou
comissões tiradas da ajuda dada ao governo grego, e especulou de maneira descarada com as dificuldades da Grécia
e contra o euro. Ganhou em todas as frentes. Como se sabe o Banco
Lehman Brothers faliu,
depois de outros bancos americanos. Pois os principais administradores desse
Banco estão quase todos no FMI,BCE ou ligados à crise económica actual. O Banco Goldman está em todo o lado; na falência do Lehman Brothers, na crise grega, na queda do
euro, na resistência da finança a qualquer regulação, no
financiamento dos défices e até na maré negra do México!!!
Mário Draghi,
foi vice- presidente do Goldman Sachs International para a Europa entre 2002 e 2005. Ele foi o
sócio encarregado das empresas e países soberanos, o departamento
que tinha pouco antes da sua chegada ajudado a Grécia a maquilhar as
suas contas graças ao produto financeiro sobre a dívida soberana.
António Borges dirigente do Goldman Sachs entre 2000 e 2008 foi director do
FMI em 2010, que teve como funções supervisionar alguns dos
maiores empréstimos à Grécia e Irlanda. Mário Monti dirigente de
dezenas de bancos italianos foi consultor do Goldman.
Actualmente o
Goldman Sachs é o primeiro banco estrangeiro na Alemanha e o segundo banco de negócios a seguir ao gigante
nacional o Deutsche Bank...
Eis pois meus
amigos o quadro negro dos homens que nos provocam a crise e a austeridade, a miséria moral , material e social
da nossa geração.
Enquanto isto os
nossos governantes e políticos dedicam-se a enganar a população. Milhões vão para os bolsos dos
políticos através de financeiros que os
ajudam a ganhar as eleições.
No momento
presente existem três máquinas colossais que saíram reforçadas da crise e
dominam a finança mundial: Goldman Sachs,J.P.Morgan
e Barclays.
Para atraír os capitais das
petromonarquias de Abu Dhabi e do Qatar, o Barclays recorreu a
duas mulheres surpreendentes: Amanda Staveley e Diana Jenkins que têm contactos ao mais alto
nível no seio das famílias principescas dos Emiratos. Misógenas a austeras
as ricas fortunas do Golfo apaixonaram-se por estas duas mulheres de
negócios inglesas. O marido de Diana Jenkins, escocês enriqueceu
graças à sua perícia em evasão fiscal que permite às grandes fortunas
pagar menosimpostos totalmente dentro da legalidade.
Assim vai o Mundo
Sem mais comentários
A S D
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