terça-feira, julho 03, 2012

O polvo financeiro da desindustrialização do Ocidente


Nos anos 70 quando residíamos em Joanesburgo, África do Sul, tivemos a sorte  de conhecer e conviver com um ilustre Professor da Faculdade de Direito de New Jersey, Estados Unidos, de seu nome Albert  Blaunstein grande conhecedor dos problemas africanos e amigo de Portugal.
      Este Senhor deu-nos a conhecer e forneceu-nos documentos não classificados da "CIA", que descreviam  com detalhe a formação e orientação  política de organizações secretas que orientavam e coordenavam  toda a política e economia americana e mundial. Foram elas o"Council for Foreign Affairs, Trilateral e Bildebergers".
      Durante anos escrevemos com detalhe as consequências económicas e políticas em todo o Mundo que afectaram vários Países e Portugal com especial  relevo para a descolonização "exemplar" de Mário Soares e Almeida Santos.
      Antes de prosseguir com este artigo devo  fazer um parágrafo para relatar  um episódio que se passou a semana passada com a minha pessoa na  livraria Almedina do Átrio Saldanha. Conheci em Coimbra o fundador, o Senhor Machado. Esta livraria tornou-se famosa pois resolveu publicar as "teses" de doutoramento ao longo dos anos dos vários Professores que pela Universidade de Coimbra passaram, e é ainda hoje uma excelente livraria.

      Quando me entretinha a percorrer os corredores  da livraria vi dirigir-se para mim uma pessoa muito sorridente. Pois era nem mais nem menos do que Mário Soares, que me disse;"Eu conheço-o de qualquer lado"!!!

       Eu não queria acreditar no que estava a ouvir, depois de tantos anos eu ter criticado aquela personagem que com Almeida Santos considero dos maiores traidores da História de Portugal.

       Eu respondi-lhe;" Eu vou avivar-lhe a memória. O Dr conheceu-me em Pretória, África do Sul, num hospital onde eu fazia cirurgia e o Dr. estava de visita ao seu filho gravemente doente  vítima de um acidente de aviação quando foi visitar o Dr.Savimbi na Jamba no Sul de Angola:
 " Há então foi daí....Já lá vão bastantes anos...

       Sem comentários.
 Mas voltando ao assunto deste meu artigo:

       Há já bastante tempo que quer a Trilateral, quer os Bildebergers deixaram de ser notícias no panorama internacional, e é  a "Crise Económica" que tem sido o tema e infelizmente para todos nós o desastre financeiro de todo o Mundo. O agente que tem orientado e organizado esta crise tem um nome."Banco Goldman Sachs,  autêntica teia de aranha que une o coração da alta banca de negócios aos decisores de Washinghton, Paris, Bruxelas, Berlim , Pequim e até Londres o centro desta "nebulosa" que é a City.

       Haverá alguma ligação com aqueles organismos e o modo de actuação desta "Crise"? Aparentemente nunca poderia haver, mas na realidade é o mesmo modo de actuação daqueles organismos que querem dominar o mundo financeiro.
E Mário Monti é um exemplo. Foi nomeado Presidente da Trilateral em Maio de 2010 por Peter Sutherland o ex Presidente  da mesma. São favores que se pagam....Aliás P. Sutherland era  Presidente do Banco Goldman Sachs International.

       Nascido em 9 de Dezembro de 1821 Marcus Goldman este alemão natural de uma pequena aldeia pobre da Baviera emigrou para os Estados Unidos. Balbuciando algumas palavras de inglês sobreviveu como vendedor ambulante em New Jersey. A sua  salvação veio do casamento com a filha de um ourives natural da Baviera. Em 1869, Marcus Goldman muda-se para Nova Iorque, já com 5 filhos. Aliás um deles juntou-se mais  tarde à empresa Sachs. Nesse mesmo ano lança-se na finança. Os melhores  amigos dos Goldman são os Sachs. Em 1882 o corrector associa-se com o genro, contabilista de formação para formar a Companhia Goldman and Sachs, rebaptizada  mais tarde Goldman Sachs& Co, sua designação actual. Rapidamente esta companhia expande-se não sónos E.U. como na Europa. Liga-se a uma empresa financeira alemã judaica os Kleinwort e uma outra sociedade (50-50), o Lehman Brothers fundada em 1884. No final do século XIX erguem a omnipotente  casa Morgan, patrocinando a criação de enormes "trusts" industriais General Electrics, U.S.Steel, ou American Telephone & Telegraph que representavam  a  então América das Mil e Uma Noites, mas também os seus excessos, os seus abusos e os seus barões ladrões (robber barons).
 Em 1890, o Goldman Sachs é o número um do negócio dos créditos e 6 anos mais tarde está inscrito no New York Stock Exchange. Marcus Goldman morre em 1904. A firma tem três sócios principais e 3 juniors, dependendo as suas capacidades financeiras do Associado Lehman Brothers.

       A revista "Rolling Stone" publicou em Julho de 2009 um artigo contundente  expondo o papel  do Goldman Sachs em quase todas as crises financeiras desde há 80 anos. O autor Matt Taibbi descreve o banco como um "formidável polvo vampiro enrolado em torno da humanidade, enfiando implacavelmente o seu sugadouro em todo o lado onde há dinheiro".

      Ao longo de muitos anos o Banco foi lentamente controlando todo o sistema financeiro europeu e não só.
Começando pela Grécia e na sucursal de Londres uma funcionária de seu nome Antigone Loudiadis (Addy) diplomada em Oxford, foi ela que ajudou a Grécia a  camuflar a sua dívida.

      Em 2001 e com a transacção que ela conduziu em Junho de 2001 com o  governo grego fez render 300 milhões de dólares ao seu patrão.  O império  Goldman interessou-se especificamente pela Grécia pela natureza da sua dívida. Trata-se de obrigações complexas ,indexadas a critérios  fluidos e que se prestam particularmente à especulação.
Estes títulos do tesouro têm falta de liquidez. A astúcia com que se efectuou esta transferência permitiu a Atenas fazer desaparecer momentaneamente  milhares de milhões de euros de dívida num abrir e fechar  de olhos. Por outro lado o Goldman mete no bolso margens chorudas  e vê a sua reputação de bom gestor de dívida soberana levada ao  cume.

       Em 2006 o Goldman distancia-se da Grécia. Para manter alguma ligação torna-se conselheira do National Bank of Greece (NBG)  através de uma sociedade  offshore situada no paraíso fiscal americano que é o Delaware e transfere sub-repticiamente a dívida contraída do Goldman para confundir as pistas. Esta dívida é reescaloada até 2037 de 5,5 mil milhões de euros. Isto em Outubro de 2009. Um mês mais tarde Gary Cohen, número dois do Goldman desembarca em Atenas acompanhado de investidores.  Entre eles figura John Paulson o patrão do fundo especulativo  americano epónimo, grande cliente do Goldman Sachs.
Estas maquinações do Goldman na Grécia levantam um coro de protestos.  A Chanceler Angela Merkel considera "escandaloso" que alguns  bancos tenham podido provocar a crise do euro ajudando a Grécia a  falsificar as suas contas.

        A crise grega revelou-se um maná para os "gnomos" de Nova Iorque.  Embolsou comissões tiradas da ajuda dada ao governo grego, e especulou de maneira descarada com as dificuldades da Grécia e contra o euro. Ganhou em todas as frentes. Como se sabe o Banco Lehman Brothers  faliu, depois de outros bancos americanos. Pois os principais administradores  desse Banco estão quase todos no FMI,BCE ou ligados à crise económica actual. O Banco  Goldman está em todo o lado; na falência do Lehman Brothers, na crise grega, na queda do euro, na resistência da finança a qualquer regulação, no financiamento dos défices e até na maré negra do México!!!

Mário Draghi, foi vice- presidente do Goldman Sachs International para a Europa entre 2002 e 2005. Ele foi o sócio encarregado das empresas e países soberanos, o departamento que tinha pouco antes da sua chegada ajudado a Grécia a maquilhar as suas contas graças ao produto financeiro sobre a dívida soberana. António Borges dirigente do Goldman Sachs entre 2000 e 2008 foi director do FMI em 2010, que teve como funções supervisionar alguns dos maiores empréstimos à Grécia e Irlanda. Mário Monti dirigente de dezenas de bancos italianos foi consultor do Goldman.
Actualmente o Goldman Sachs é o primeiro banco estrangeiro na Alemanha e o segundo banco de negócios a seguir ao gigante nacional o Deutsche Bank...

       Eis pois meus amigos o quadro negro dos homens que nos provocam a crise e a austeridade, a miséria moral , material e social da nossa geração.
Enquanto isto os nossos governantes e políticos dedicam-se a enganar a população. Milhões vão para os bolsos dos políticos através de financeiros  que os ajudam a ganhar as eleições.

       No momento presente existem três máquinas colossais que saíram reforçadas  da crise e dominam a  finança mundial: Goldman Sachs,J.P.Morgan e Barclays.
Para atraír os capitais das petromonarquias de Abu Dhabi e do Qatar, o Barclays recorreu a  duas mulheres surpreendentes: Amanda Staveley e Diana Jenkins que têm contactos ao mais alto nível no seio das famílias principescas dos Emiratos. Misógenas a austeras as ricas fortunas do Golfo apaixonaram-se por estas duas mulheres de negócios inglesas. O marido de Diana Jenkins, escocês enriqueceu graças à sua perícia em evasão fiscal que permite às grandes fortunas pagar menos
impostos totalmente dentro da legalidade.

                              Assim vai o Mundo

                              Sem mais comentários
                                             A S  D

1 Comments:

Anonymous Afonso said...

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quarta-feira, julho 04, 2012  

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