Estado porteiro
"Foram os trabalhadores e as suas contribuições que pagaram o Estado Social. Aliás, até à crise, deram mais ao Estado do que receberam em serviços. Ou seja, não nos endividámos para pagar o serviço nacional de saúde ou a escola pública. Chegou a troika e disseram-nos que vivíamos acima das nossas possibilidades. Mentira.
Depois, a carga fiscal disparou e a qualidade dos serviços públicos diminuiu. Agora, o governo quer acabar com eles. Diz que não são sustentáveis. Mentira.
O que não é sustentável é entregá-los à lógica do lucro. Veja-se o que tem acontecido, por exemplo, com as PPP na saúde, essas sim, sugadoras dos nossos cofres. E se os impostos não servem para o Estado Social, servem para quê? Para juros usurários? Para buracos da banca? Eis a coligação a tentar o pior, não de dois, mas de três mundos: fisco gordo, prestações sociais magras, saúde e educação caras. O que Passos Coelho e a troika pretendem é reduzir o Estado à segurança e soberania. Mas quando chegarmos a esse Estado Porteiro não o aguentaremos nem precisaremos dele – o último a sair do país nem tem que fechar a porta. "
Joana Amaral
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