segunda-feira, fevereiro 02, 2004

Armas de destruição.

Se olharmos o que David Kay realmente disse sobre as armas de destruição maciça (ADM) no Iraque, facilmente encontramos as mais detalhadas e credíveis explicações porque motivos os serviços secretos dos Estados e outras outras agências de espionagem ocidentais avaliaram mal as armas que realmente o Iraque possuía.

Desde actividades relacionadas com a produção de ADM, actividades importantes de investigação e desenvolvimento de mísseis ilegais destinados a transportarem um produto tão venenoso como o rícino, até centenas de casos de actividades proibidas pelas sucessivas resoluções das Nações Unidas ele menciona.

“O que se terá passado foi uma mistura de "bluff", jogos de enganos e corrupção que atingiu uma dimensão que mesmo os mais imaginativos seriam capazes de prever. David Kay descobriu que um Saddam cada vez mais errático tinha chamado à sua direcção directa os programas de desenvolvimento de ADM. Mas como não existia qualquer sistema de verificação do que realmente estava a ser feito no terreno, os cientistas iraquianos exageravam ou efabulavam sobre aquilo que estavam a fazer e, ao fazê-lo, escapavam à repressão ao mesmo tempo que obtinham financiamentos quase ilimitados.

Os cientistas enganavam Saddam, Saddam enganava o Mundo. Os iraquianos enganavam-se todos uns aos outros. Os comandantes da Guarda Republicana Especial não tinham ADM, mas revelaram aos investigadores que estavam convencidos que ou comandantes das outras unidades as possuíam. Era todo um sistema interno de desinformação de que o mundo exterior e os serviços de informações nunca se aperceberam.

O Congresso dos Estados Unidos precisa de investigar e descobrir, utilizando todos os meios, por que motivos os serviços secretos falharam de forma tão dramática e não tinham qualquer indicação sobre o que realmente se estava a passar. Contudo David Kay desmente as acusações feitas pelos democratas de que o Presidente Bush manipulou os relatórios. "Todos os analistas com que falei disseram-me que nunca se sentiram pressionados no que diz respeito às ADM", disse David Kay. "Todos acreditavam que o Iraque possuía armas de destruição maciça".
Incluindo a Administração Clinton. Em 1998 Clinton proclamou com grande alarme e confiança que o Iraque possuía gigantescas reservas de armas químicas e biológicas e que, "um dia, mais tarde ou mais cedo, garanto-vos, utilizará esse seu arsenal".

Desde os próprios inspectores das Nações Unidas, quando Saddam os expulsou do país em 1998, que assumiram que as reservas de armas proibidas existiam, até à Administração Clinton, todos acreditavam.

Notícia completa no “Público”.

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