Culpados a todo custo.
É curioso ver que os mesmos que defendem não haver acusações no “Processo Casa Pia” só para poder dizer-se que houve culpados condenados, defenderam agora que deve haver culpados, à força toda, no processo da “Ponte Entre-os-Rios” para que a “culpa não morra solteira”.
Já com a desistência, por parte das vítimas, em acusar os areeiros por insuficiência de provas, se indiciava a dificuldade de conseguir-se um desfecho favorável às suas pretensões.
Se o juiz teve o cuidado de explicar que não foi produzida prova bastante em tribunal para assegurar uma futura condenação daqueles arguidos (cinco técnicos da antiga Junta Autónoma de Estradas, o responsável por uma empresa projectista, 22 areeiros e o antigo presidente do Instituto de Navegabilidade do Douro), e por essa razão foi obrigado a arquivar o caso, o que quer que façam?
Que se julgue e condene estes arguidos só para ficarmos com a ideia de que há justiça em Portugal?
E se eles estão inocentes?
P.S. 1/ ao afirmar que a falta de vigilância às condições da ponte não pode ser atribuída às pessoas que estavam constituídas como arguidos, o juiz deixa no ar a existência de outros culpados que deveriam estar sentados no banco dos arguidos;
2/ Não se pode acusar o juiz de falta de coragem por não ter acusado os arguidos, visto estes não serem figuras de relevo da sociedade portuguesa;
3/ Esta decisão só prova que, ao contrário do que se diz, é difícil um arguido ser facilmente condenado em tribunal como no tempo do Santo Ofício.
4/ A opinião pública, com a sua dualidade de critérios, demonstra assim como é facilmente manobrável pelos interesses alheios.
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