o Escândalo das declarações de Mário Soares
Depois do que durante anos se disse de Kaddafi e do seu regime, da "revolução verde" por ele trazida para os desertos líbios, do isolamento, das alegadas ligações do seu regime ao terrorismo, dos apoios que a Líbia deu ao IRA, do envolvimento de agentes líbios por detrás do atentado de Lokerbie, seria impensdável que alguem no ocidente que se ufana de uma guerra sem tréguas e sem tibiezas ao terrorismo internacional estabelecesse bases de entendimento com o mesmo regime, liderado pelo mesmo ditador.
Mas não é isso que acontece.
O secretário de estado dos EUA visita Tripoli, e tudo está encaminhado para o melhor dos mundos.
Os escribas da nossa praça jornalística entraram em histeria colectiva a propósito das declarações atribuídas a Mário Soares quando este alvitrou que para se conhecer as motivações do terrorismo, se teria que encetar um diálogo com os seus mentores.
Escândalo!
Capitulação!
Nem os resultados eleitorais espanhois escaparam à acusação de capitulação ao terrorismo.
Zapatero passou a ser um proscrito da religião dos cruzados de Bush & Blair.
E o que dizer da política de Bush e Blair em relação á Líbia?
Passou a ser Kaddafy um "bom terrorista"?
Um mistério de difícil resolução.
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