sexta-feira, abril 02, 2004

Dois em um.

“Na sua primeira intervenção, Mário Soares manifestou boa vontade para com o escritor. Começou por dizer que o livro manifesta "uma recusa ética de um sistema com que [Saramago] não está de acordo", mas disse acreditar que não havia um apelo ao voto em branco, até porque, se o fizesse, o escritor "entraria em contradição consigo próprio", pois faz parte da lista do PCP às eleições europeias.

Este foi o mote para o próprio Saramago esclarecer a sua posição. "A minha presença nessa lista é simplesmente - e repito simplesmente - uma expressão de fidelidade", disse o candidato comunista, reconhecendo que "há uma contradição formal". Passou, então, a questionar a democracia.

"A democracia está bloqueada. Neste momento, é exercício formal, simplesmente formal que não leva a muita coisa", disse o escritor, acusando os governos de se terem convertido "em comissários políticos do poder económico". Saramago defendeu o voto em branco como legítimo, afirmou-se contra o sistema, recordou que, nas últimas eleições espanholas, mais de 600 mil eleitores votam em branco e confessou, então, que lhe daria "um gozo imenso" que em Portugal houvesse 20 por cento de votos brancos. “


P.S. O Marocas anda baralhado com a idade. Gosta muito de emitir opinião sobre tudo e todos mas, longe dos seus tempos áureos, cada vez mais acaba por “meter água”.

Então ele diz não haver um apelo ao voto em branco por parte de Saramago e este afirma o contrário!!!

Uma prova que ele é bom analista.

Se calhar não houve, da parte do Marocas, o tal diálogo, com vista a perceber as intenções e os objectivos de Saramago.

De qualquer forma, está ligeiramente melhor que o Saramago. Este, coitado, não tem ponta por aonde se pegue.

Apelar ao voto em branco, fazendo parte de uma lista ??????

Contradição formal?????

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