sexta-feira, abril 02, 2004

O massacre iraquiano de Quarta Feira


Iraque – 30 de Março

A bestialidade dos acontecimentos de Faludhja, no Iraque na passada quarta feira marcaram os espíritos de todos os que vão acompanhando os acontecimentos que se seguiram à ocupação daquele o país.

Após cair o argumento da ADM’s de que Saddam supostamente teria, e de muitos, a começar pelo chefe dos inspectores desconfiava não existirem, após cair por terra as supostas ligações entre o regime de Saddam e o terrorismo islamista da Al Qaidda, após se ver que tudo não passou de um confronte que moveu pessoalmente Bush contra o regime de Saddam, como ficou patente nas declarações do antigo conselheiro Richard Clark, vê-se agora que a última coisa que poderia “legitimar esta invasão e ocupação de um país soberano cai por terra.

Os “libertadores americanos” não são bem vindos pelos “libertados”.

O que aconteceu com a população a ver serem calcinados os corpos dos quatro americanos civis ao serviço da coligação (que nome tão estranho para designar agentes da CIA) demonstra o ódio perante o invasor.

Diz-se que a História não se repete, nem a mês, a água corre dias vezes debaixo da mesma ponte.

Mas há fenómenos históricos que se repetem.

E um deles é o que mostra que uma nação não gosta de ser ver ocupada e pilhados por forças de outros pais.

As imagens recordaram outras, de 93, em que um Marine foi arrastado nas ruas de Mogadíscio, e isso marca o espírito daqueles que não gostam de violência.

Mas se somarmos ao acontecimentos de quarta-feira os 5 militares americanos mortos nesse dia pela resistência iraquiana, e se virmos que agora os “libertadores “espanhóis tiveram que disparar sobre uma manifestação de desempregados iraquianos, como o haviam feito domingo os ingleses na “pacifica” Bassorá”, perde-se o sentido desta ocupação militar.

Se um dia a nossa GNR se vir obrigada a disparar contra civis que protestem contra a ocupação, ou contra o desemprego, como fica politicamente explicada a presença da GNR em Nassíria?

O nível de vida dos iraquianos subiu após a ocupação militar?

Os iraquianos estão satisfeitos com a situação actual.

Dizem os manuais, que a guerrilha para ter êxito tem que ter o apoio popular.

Se os iraquianos estão agora mais satisfeitos e felizes, coo continuam a apoiar a guerrilha e a resistência.

E como se explicam as imagens de civis em fúria perante a morte dos americanos civis a arderem dentro do jipe em que se transportavam?

Manifestação de agradecimento pela “libertação”?

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