segunda-feira, março 29, 2004

Diálogos segundo Soares.

"Diz Mário Soares na sua crítica semanal do Expresso “já era gente, quando Chamberlain e Daladier foram a Munique humilhar-se perante Hitler, abdicando dos valores democráticos que lhes cumpria defender. Esse acto de cobardia ficou gravado, indelevelmente, no meu espírito então jovem”.

Tendo nascido em 1924, Soares tinha nessa altura pouco mais de 14 anos. O suficiente, no entanto, para ficar marcado.

Quanto ao seu famoso e necessário diálogo com os terroristas, basta ficar pelo exemplo dado pelo próprio.

O diálogo que Soares efectuou com os “terroristas” das nossas ex–colónias, homens que lutavam contra a colonização dos seus povos, teve como resultado uma retirada precipitada, tipo fuga, entregando-lhes os referidos países, sem que tenha sido providenciado uma passagem de testemunho.

E, sem essa passagem de testemunho, a democracia não entrou com a independência, ficando as populações à mercê de mortíferas guerras civis que só recentemente acabaram.

Além da independência formal, ninguém ganhou nada com as negociações. Pelo contrário.

P.S. 1/ Dadas as diferenças ideológicas existentes entre Agostinho Neto, Holden Roberto, Amílcar Cabral, Samora Machel, etc., e Bin Laden, a comparação só pode ser um insulto.

2/ Ao contrário do que afirma na sua crónica, não foi a América que negociou com a Líbia, mas sim esta que avançou para a negociação após ter anunciado ao mundo que desistia do seu programa atómico.

Programa esse que estava bastante avançado, criando mesmo surpresa aos inspectores que foram ao local verificar.

Não terá sido por medo que Kadhafi renunciou?

3/ Soares confunde terroristas sem estado com estados terroristas ( Líbia e Coreia do Norte ).

4/ Curiosamente, sendo ele adepto do diálogo, recusou o confronto com Paulo Portas.

Isso só pode significar que Portas não é terrorista.

Divulgue o seu blog!