Sousa Tavares continua de vento em popa. Depois de ver as imagens dos quatro civis, nas ruas de Falluja, a serem alvo da "bestialidade insuportável" dos iraquianos, chega à conclusão que todos os muçulmanos são potenciais terroristas.

Sugere, como forma de combate, a retaliação política contra os Estados que albergam o terrorismo, exigências diplomáticas, fim da venda de armas a países não fiáveis, da estrita proibição das relações de negócios entre empresas ocidentais e grupos ou Estados suspeitos de financiarem o terrorismo, etc.

O conhecimento histórico ( ausente em Sousa Tavares ) demonstra-nos a impossibilidade de executar, na prática, essa política.

Com efeito, África-do-Sul, Angola e até o Iraque sofreram embargos de armas, mas mesmo assim, diariamente compravam armamento. Até os "pacifistas" franceses venderam ao Iraque durante o embargo.

O embargo, na melhor das hipóteses, afecta a venda de equipamento de última geração.

Mas aceitando que o embargo funcionava, como os terroristas não usam blindados, nem aviões de combate, limitando-se a usar explosivos adquiridos nos países aonde actuam, qual a sua utilidade ( embargo )?

Oh Sr. Sousa Tavares!!!

Adiante. Repare-se no comentário:
"Quantas das célebres armas de Saddam ou dos taliban não foram vendidas por membros ou amigos da Administração Bush? "

Sendo as armas dos taliban e de Saddam todas de fabrico soviético, por certo os amigos da Administração Bush foram intermediários entre a Rússia e esses regimes.

Mas como Sousa Tavares é ignorante afirma" é mais fácil invadir o Iraque do que fazer frente à Dassault ou à Lockheed".

Que lockheed foram encontrados no Iraque?

Mas verdadeiramente espectacular é a frase "os factos, porém - esse malfadado pormenor dos factos - desmentem por inteiro e deixam a descoberto a impudica falência desta tese".

Oh Sr. Sousa Tavares. Imagine a perfeição com que ela acenta na sua própria crónica.

É por causa disso que, de vez em quando leva um puxão de orelhas, sem a mínima hipótese de contra-argumentar.