sexta-feira, setembro 17, 2004

É hora!

"O "Tal e Qual" (link não disponível) de hoje, 17 de Setembro, nas páginas 4 e 5, pelos dedos de André Barbosa, dá uma notoriedade a este blogue e ao seu autor, que os leitores habituais deste sítio sabem que eu dispensava. Agora é tarde para a discrição. A táctica do inimigo único adoptada exige uma "cabeça" para pôr na bandeja do "sistema". Parece que querem a minha... Seja. Portugal e a democracia valem bem o meu sacrifício.Os meus leitores foram previamente informados da motivação da divulgação destes documentos do caso da Casa Pia que já tem julgamento marcado. Arrisco até dizer que quem me lê não precisava da invocação. No entanto, o jornalista que ontem atendi, por gentileza, e a quem disse que não prestava declarações sobre o assunto, refere o impedimento da consulta do processo que, alegadamente o juiz Ricardo Cardoso, de turno no Tribunal da Boa Hora, teria decidido.

Diz que "a justificação para esta medida prende-se com o receio de que a identidade das vítimas possa vir a ser revelada". Ora, os leitores sabem - e o jornalista também porque citou até o texto que publiquei - que eu protegi a identificação das vítimas. Logo na introdução dos textos, escrevi: "(O) nome, e demais elementos identificativos, dos meninos e jovens abusados, bem como do agente da Judiciária que regista o Auto, são preservados " (isto é, foi-lhes atribuído uma letra como pseudónimo). E sabia ainda que nunca publiquei o nome, nem elementos que permitissem identificar as vítimas. Não faz qualquer sentido, portanto, a preocupação do jornalista com a revelação por mim nome das vítimas. Além disso, o nome de algumas vítimas foi há muito escarrapachado no sítio "Repórter X", onde foram novamente brutalizadas. As regras do jornalismo não consentem que o jornalista omita essa informação, nem aturam o enviesamento claro do texto.

O enviesamento jornalístico e opinativo no tratamento dos escândalos é aferido por uma dicotomia simples que revela a preferência: dá-se evidência à informação ou dá-se evidência à fuga ao segredo de justiça? Neste caso da Casa Pia, a generalidade dos meios de comunicação tradicionais - com as honrosas excepções do "Correio da Manhã", do "Crime", do "Portugal Diário" e da "TVI" (além do "Expresso", na primeira fase e agora da "Grande Reportagem") tem preferido atacar a suposta violação do segredo de justiça do que atacar a rede pedófila de controlo do Estado.Não há pedófilos bons - repito sistematicamente. Um pedófilo é um pedófilo. Não escolho partidos nem organizações. Não poupo cumplicidades ou lavagens, nem omissões, nem colaborações. O problema - gravíssimo - não está limitado a um só partido ou organização. Entendo que a rede pedófila de controlo do Estado tem de ser desarticulada, nos seus vários sectores.

Desde o início que tenho exigido o afastamento do Estado (no sentido de "poder político")de Pedroso, Ferro, Gama, Vieira da Silva, Simões de Almeida - mas também de Luís Filipe Pereira (25-9-2003; 10-10-2203; 2-1-2004; 6-2-2004) e de Paulo Portas (10-10-2003; 7-12-2003; 21-12-2003; 2-1-2004) . Copiei - indicando a fonte... - a notícia de "Le Point" para o meu blogue em 13-10-2003. Também tenho censurado o comportamento "sistemático" de dirigentes do Bloco de Esquerda preocupados com o destino dos crocodilos de boca pequenina. E, ainda que me pareça que já tenha censurado directamente o comportamento do Partido Comunista, manda a justiça que não se desculpe a maior preocupação com os arguidos do que com as vítimas. O sistema político precisa de uma reforma democrática: não é apenas o Partido Socialista. Essa reforma, para conseguir maior democraticidade, exige a renovação das leis, mas também dos homens.Relativamente à preferência pela verdade, rigor e neutralização de qualquer enviesamento, já respondi em 10 de Outubro de 2003. Basta-me, portanto, agora repetir esse meu texto...//.."... apenas comento as consequências políticas do "polvo pedófilo" por obrigação. Preferia que a questão de Estado não fosse tão sórdida quanto esta é. Custava-me menos escrever se a rede se dedicasse à vulgar corrupção económica ou ao tráfico de influências, assim uma coisa mais parecida com a P-2 italiana...

Escrevia, na mesma, contra a ofensa à democracia, mas vomitava menos.Aquelas descrições pormenorizadas dos abusos pedófilos do Correio da Manhã, após o pequeno-almoço, e da TVI depois de jantar, são terríveis e provocam enjoo. Mas não as posso ignorar. A existência de mais de cem crianças abusadas exige a intervenção cívica para erradicar o Mal, mesmo apesar dos riscos da incerteza, quando o Estado não o fez até agora e sofre pressões, internas e externas, enormes.Esta intervenção cívica é ainda mais urgente se a rede tem controlo sobre o próprio Estado. Duvida (...) face às informações disponíveis, de que a rede de pedofilia tinha controlo sobre o Estado?... O controlo sistemático exercido no Ministério da Segurança Social, nos Negócios Estrangeiros, no Ministério da Administração Interna, nos serviços de informações, nas polícias, na administração judicial, em certos grupos de influência, nos media, nos partidos políticos, na Presidência da República, de encobrimento dos vários escândalos e de protecção directa e indirecta de pedófilos, é um assunto sobre o qual nos podemos abster?... Como dizia o poema, "vemos, ouvimos e lemos"... (...)

A campanha-saga contra o "polvo pedófilo" não é minha, nem de outros sítios da blogosfera, nem de certos media, mas do povo. Verbalizo, como outros, o sentimento e a opinião do povo. O combate jurídico em curso é apenas instrumental no desmantelamento político da rede de controlo do Estado. A sociedade civil não pode esperar vinte anos para exigir o afastamento dos suspeitos em nome da honra das instituições e do Estado, até que a decisão final, inapelável, seja proferida. Não aceito uma moral dupla: uma para o Governo e outra para a oposição. Não é a punição pessoal que importa, mas o desmembramento da rede.(...) Não sou um relativista moral, não lavo as mãos, não pergunto o que ela é: para mim a verdade é só uma e absoluta. Quero o apuramento da verdade sobre este caso.Mas quero que a verdade não seja escondida do povo, pois com o nível de corrupção moral instalado, não é possível o seu apuramento sem informação pública e apoio popular. De outro modo, sucede o que aconteceu até aqui. É um facto que os escândalos anteriores de pedofilia, com alguns dos protagonistas foram abafados e os abusos continuaram.A verdade existe independente do seu estabelecimento ou sentença. Nesta tarefa inglória, e de vãos resultados de desmantelamento da rede pedófila de controlo do Estado, assumo eu, e os outros, o risco de lidar com a informação disponível, incompleta. (...)

Do Portugal Profundo, onde vivo, física e espiritualmente, também não me posso consentir o luxo, ou o conforto, de esperar por uma decisão judicial provavelmente iníqua, como foram as outras das instituições e dos tribunais relativas aos outros escândalos de pedofilia. Conhecemos o efeito do processo O.J.Simpson.A dicotomia dos heróis e vilões é, desde logo, imposta pela carácter horrível do crime de abuso de crianças orfãs por adultos pedófilos. A divisão entre os que são contra e a favor da inocência e a culpabilidade dos arguidos e suspeitos é causada pelo facto de a pedofilia não permitir a concessão de culpa gradual: o arguido (...) não pode ser um bocadinho pedófilo - ou fez ou não fez! E se fez é muito grave. A desculpabilização abstracta da pedofilia é rara e marginal. Sobre a pedofilia, não há um português que diga: "ele é que fez bem, se fosse eu, fazia o mesmo!". Compreendo a amargura dos ideologicamente próximos, mas importa prevenir essa inclinação do enviesamento da análise sobre comportamentos pessoais. Não tenho nenhuma fé na isenção política do Tribunal Constitucional. Tenho pouca confiança na neutralidade absoluta dos julgadores e temo as tentativas de "aggiustare" processos. A unidade das magistraturas portuguesas estava, até, a comover-me, mas adivinhava que iria terminar. A condição cultural do indivíduo leva-o para a tendência do enviesamento de análise. (...) Os mecanismos de protecção desse enviesamento, que procuro ter sempre alerta, levam-me a exigir a demissão de Luís Filipe Pereira, pelo seu comportamento na Secretaria de Estado da Segurança Social que tutelava a Casa Pia durante um dos escândalos, e de Paulo Portas, entre outros motivos, pela nomeação do amigo de Jorge Ritto, Caimoto Duarte" (que emprestou a Ritto o apartamento onde decorriam práticas pedófilas) "para o SIEDM.

Neste como noutros casos, não desculpo, nem silencio. O silêncio de certos blogs, ontem, quinta-feira, sobre o fenómeno da libertação do arguido Paulo Pedroso foi para mim um quase completo choque."..//..Infelizmente, o mal distribui-se por várias aldeias. Alastrou no caldo da impunidade em que o sistema político tem vivido. É hora de mudarmos! A mudança exige o contributo de todos os homens e mulheres que colocam o Bem à frente do interesse.Muais blogues publicaram materiais sobre o caso da Casa Pia. Do Portugal Profundo apenas serve como exemplo.

A Grande Loja do Queijo Limiano também já foi ameaçada. Não se podem facilitar as manobras do adversário. O link não chega: copiem e publiquem! Eles não podem calar ou processar a blogosfera inteira.Continuarei a publicar, enquanto puder, toda a informação factual que me chegue. Solicito aos leitores que divulguem por mail, o mais rapidamente que possam a informação que aqui publico. Peço aos colegas blogueiros de boa-vontade que copiem, o mais rapidamente que possam, a informação aqui apresentada e a publiquem nos seus blogues - o link só não basta! - para evitar que a rede confine a exposição do Mal e consiga silenciar e apagar a denúncia do horror. Usem rapidamente o correio electrónico, Internet, SMS, carta, papel. Imprimam, passem, circulem, difundam, mostrem.A vossa colaboração é necessária para desmantelar a rede pedófila de controlo do Estado. Não se trata de vingança - o mal está feito e não pode ser emendado. Todavia, podemos limpar o Estado da rede pedófila que o comanda e corrompe. Mentem quando vos dizem que é necessário esperar 15 ou 20 anos - tantos quanto o processo Beleza, para ter eventualmente o mesmo resultado, com culpa infinitamente maior. O resultado político tem de ser imediato - a pedofilia e a cumplicidade política não é tolerável aos dirigentes do Estado.A tua colaboração é necessária. É contigo que eu falo. Gostas do teu País e da democracia? Age! É a nossa hora! É a tua hora!"

5 Comments:

Blogger António Balbino Caldeira said...

Obrigado parceiro Carvalho Negro pela colaboração na denúncia.

Creio que o momento que atravessamos não nos consente a abstenção. Não me querem calar a mim. Eu já falava. Querem é calar quem copie, difunda e publique, os documentos que publico. Querem calar a blogosfera inteira.

sábado, setembro 18, 2004  
Anonymous Anónimo said...

A mim parece-me que este Caldeira é um caso. De megalomania, pelo menos...

domingo, setembro 19, 2004  
Anonymous Anónimo said...

He He He

Manela

segunda-feira, setembro 20, 2004  
Anonymous Anónimo said...

Garganta funda?

Joker

quinta-feira, setembro 23, 2004  
Anonymous Anónimo said...

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terça-feira, março 06, 2007  

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