Silenciamentos

Ontem no artigo por mim aqui colocado, a propósito do que o que hoje é verdade, e amanhã, já pode não ser, falando dos zig-zagues da Administração Americana a propósito da existência ou não de armas de destruição maciça no Iraque (e agora parece que definitivamente não existem, o que já terá sido reconhecido por todos), acabei o texto, em jeito de post scriptum, onde aludia à minha expulsão de um bom fórum sobre Segurança e Defesa, por uma má interpretação das minhas palavras, e que serviu de pretexto para silenciar uma voz que ia em contra corrente em relação às opiniões dominantes da maioria dos participantes desse fórum na Net.

A expulsão, que se afigura definitiva, não dispensa que o meu nome ali permaneça num tópico fechado e inamovível, onde os “proscritos” da “nova ordem” e do “pensamento único” ali podem servir de exemplo para futuros membros desse bom fórum (www.forumdefesa.com).

Atenção: Sejam bem vindos, mas serão expulsos, caso ultrapassem as regras do fórum, sem que depois de lidas essas regras ali tenha encontrado fundamente para a expulsão, pois não violei nenhuma das regras ali expressas.

Ao princípio da tarde surgiu a notícia seca difundida pela LUSA de que o Prof. Marcelo Rebelo de Sousa havia sido convidado para um almoço pelo presidente da Média Capital, e no decorrer do qual, segundo consta, foi convidado por Paes do Amaral a moderar a sua linguagem nos seus comentários semanais, por forma a não hipotecar futuros projectos do grupo Média Capital, nomeadamente na área do Cabo e da Televisão Digital Terrestre.

Parece que os accionistas da Média Capital estariam a ficar um pouco incomodados com os comentários sarcásticos e críticos ao novo Governo de Santana Lopes.

Vozes incómodas, calam-se inapelavelmente.

Quem sou eu ao pé da figura do Prof. Marcelo?

E o que é o Fórum Defesa ao pé da Média Capital?

Dimensões diferentes de um mesmo fenómeno.

Decorridos 30 anos após o 25 de Abril, e terminada a censura e as perseguições políticas, agora recorrem-se a outros expedientes mais subtis para expulsar os incómodos, ou os que vão contra o “pensamento único”.

Mesmo que estejam enganados os que acreditam no fim da história e nos escatologismos de má memória para todos.

Acaba-se tudo.


Uma nota final:

Depois do meu lamento por ter sido expulso, mas o meu nome permanecer lá, e depois de saber do que tinha acontecido ao Prof. Marcelo, não sei porquê, acabei por sentir uma certa sensação de alívio.

Afinal já não sou o único a ser expulso da pátria do “pensamento único”.