segunda-feira, novembro 26, 2007

26 de Novembro de 1807.


A corte portuguesa decide transferir-se para o Brasil fugindo da invasão francesa que ameaçava Lisboa. A frota só se fará ao mar, na Ericeira, dia 29.

No início do século XIX, a política expansionista de Napoleão Bonaparte altera o equilíbrio político da Europa. O imperador tenta impor a supremacia da França sobre os demais países. A Inglaterra resiste e Napoleão decreta o chamado bloqueio continental: a proibição, sob a ameaça das armas, de os demais países do continente negociarem com a Inglaterra. Portugal tenta uma política de neutralidade, mas continua negociando com os ingleses. Em represália, o imperador francês ordena a invasão de Portugal pelas tropas do general Jean Junot. Firma com a Espanha o Tratado de Fontainebleau (1807), que reparte o território português entre os dois países, dividindo-o em dois reinos, Lusitânia e Algarves. Essa divisão não é posta em prática, mas a ameaça de uma invasão francesa faz com que a família real portuguesa se transfira para o Brasil.

Fuga da família real – Em outubro de 1807 os governos português e inglês assinam um acordo secreto em que a Inglaterra se compromete a ajudar a nobreza em fuga. Começa, então, o que os historiadores caracterizam como o momento do "salve-se quem puder". A notícia da fuga da família real espalha-se, e Lisboa é tomada pelo caos. Apavorada, a população da cidade sai às ruas para protestar contra os governantes que não hesitam em deixá-la entregue à própria sorte.

Séquito real – Dia 29 de novembro, depois de vários incidentes, a esquadra real parte de Lisboa escoltada por navios de guerra ingleses. Vários nobres morrem afogados ao tentar alcançar a nado os navios superlotados. Nas 36 embarcações, o príncipe-regente dom João, a família real e seu séquito, estimado em 15 mil pessoas, trazem jóias, peças de ouro e prata e a quantia de 80 milhões de cruzados, o equivalente à metade do dinheiro circulante no reino. Em janeiro de 1808, a frota lusa chega à Bahia. O Brasil passa a ser sede da monarquia portuguesa.

3 Comments:

Anonymous Anónimo said...

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quarta-feira, agosto 16, 2006  
Anonymous Anónimo said...

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quinta-feira, março 15, 2007  
Anonymous Anónimo said...

De facto o "desenrasquem-se que eu já estou a salvo" tem estas raízes profundas e encontramos eventos similares na actualidade. Outros nomes, outras épocas, o mesmo comportamento. Este constitui um dos episódios mais humilhantes e vergonhosos da história nacional. Depois de vários séculos a garantir a independência da nação contra poderosos inimigos, uma família real covarde foge e deixa o país nas mãos de estrangeiros! Ainda hoje sofremos as consequências dessa fuga. A anexação de Olivença, o atraso na revolução industrial provocado pela guerra civil que se instalou depois da invasão francesa, e uma cultura de traidores e vendilhões que perdura até hoje.

terça-feira, novembro 27, 2007  

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