7 de Junho de 1942.
Fim da batalha naval de Midway. Midway foi uma das maiores batalhas navais da história. Nenhum dos países beligerantes podia se dar ao luxo, de perder um conjunto de ilhas que se situava justamente "na metade do caminho" para os seus respectivos territórios, e que permitiria a partir de sua posse lançar ataques as suas principais cidades.
Estados Unidos e Japão sabiam disso e em maio de 1942, já se preparavam para a luta, Yamamoto comandante em chefe da esquadra japonesa, recebeu a diretiva em 5 de maio de 1942, ordenando a captura de Midway e certos pontos nas Aléutas. Midway estava localizada a 1816 km a oeste, com ligeira inclinação para o norte de Pearl Harbor; nela havia uma base aérea de grande importância para ambos os países. Do lado japonês, porém, a razão principal para a complicada operação do almirante Yamamoto eram os porta- aviões americanos, que não foram destruídos no ataque a Pearl Harbor e agora tinham de ser anulados, para impossibilitar o retorno da esquadra americana ao Pacífico. Em outras palavras, a ocupação de Midway era a isca para levar o almirante Nimitz a lançar suas forças mais fracas, contra uma armada japonesa
amplamente superior.
Para a realização desse sonho, foi empregado toda a marinha imperial japonesa exceto alguns navios menores, contudo, era sem dúvida " um adversário formidável", que contava com cerca de 200 navios, que incluiam 11 couraçados , 8 porta-aviões de esquadra, 22 cruzadores, 65 destróires e 21 submarinos. Mais de 600 aviões faziam parte da força, 407 dos quais pertencentes aos 8 porta-aviões da esquadra imperial.
Em 4 de junho, os aviões dos porta-aviões japoneses, poriam os aeródromos de Midway fora do combate. Esperavam os japoneses, no entanto, ansiosos o momento do encontro com os porta-aviões norte-americanos, porque a principal preocupação de Yamamoto era a destruição dos porta-aviões de Nimitz, que segundo acreditava Yamamoto, seria levado a reagir à investida à Midway lançando os porta-aviões americanos ao combate. Isto teria sido feito, se Nimitz não soubesse através do serviço de inteligência americano de todas as mensagens inimigas, e sabia com issoo que esperar. Sem essa vantagem decisiva, é evidente que as forças de Nimitz não lograriam sucesso na missão de defender as ilhas Midway.
Compreendendo isto, Nimitz despachou as duas forças-tarefas: O Yorktown FT-17 sob o comando de Fletcher; e o Hornet e Enterprise FT-16 sob o comando do Contra-Almirante Spruance, para o nordeste de Midway, de modo que estariam longe do alcance do reconhecimento aéreo japonês, manobra essa que resultou na destruição de três dos oito porta-aviões japoneses, ao custo de um porta-aviões americano destruído, o Yorktown afundado a 6 de junho por um um submarino japonês, fazendo com isso a balança do poderio naval no pacífico pender para o lado americano pela primeira vez desde Pearl Harbor.
A batalha de Midway foi uma significativa derrota para o Japão, que nela perdeu um total de quatro porta-aviões de esquadra, um cruzador e cerca de 322 aviões, contra um porta-aviões americano de esquadra, um destróier e cerca de 152 aviões. Não há dúvida de que a decifração dos códigos inimigos conferiu aos americanos grande vantagem, contudo, os japoneses cometeram erros táticos e estratégicos. Um deles foi subordinar tudo à captura de Midway, outro foi revestir o plano de ação a excessiva complexidade.
Acima de tudo, no entanto, dois erros críticos do ponto de vista táctico cometeram os japoneses: o primeiro de atacar com quatro porta-aviões ao mesmo tempo, o que significava que todos estavam envolvidos em operações de pouso e ataque simultâneos, o que os impossibilitou a cobertura por longos períodos de tempo: e a decisão de avançar na direção do inimigo enquanto havia operações de rearmamento em curso, nos porta-aviões.
Os japoneses talvez não se condenaram irremediavelmente em Midway, contudo, a partir daí, as suas possibilidades de vitória se reduziram consideravelmente o que levou o Almirante Nimitz a proferir uma célebre frase " Pearl Harbor está parcialmente vingado".
Alan Henriques
Economista e estudioso de história e assuntos militares.
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