quinta-feira, agosto 18, 2005

A invasão têxtil asiática também inclui aquisições.

"A compra da multinacional têxtil alemã Trevira por parte do grupo indiano Reliance vem confirmar os receios dos europeus em relação ao poderio financeiro dos asiáticos no sector têxtil.

Os indianos, como os chineses, chegaram à conclusão óbvia que em vez de apenas exportar produtos para a Europa a preços bastante competitivos poderiam chegar muito mais longe. Ou seja, comprarem empresas europeias de grande dimensão com as quais possam entrar com produtos de valor acrescentado e dominar a cadeia de distribuição.

Os europeus não podem mais estar convencidos que mandar produzir na China ou na Índia e colocar-lhes uma etiqueta de prestígio é suficiente para dar valor acrescentado aos produtos. Esta estratégia, de há largos anos, permitiu que empresas da Índia e da China ganhassem rápido conhecimento do negócio, absorção de ‘know-how’ e poderio financeiro. Do outro lado do mundo, na Europa, as empresas têxteis acumulavam prejuízos, entravam em dificuldades. Um cenário ideal para aquisições chinesas e indianas. Não é por acaso que a empresa chinesa Li & Fung – um dos gigantes têxteis asiáticos – já anunciou que dispunha de 300 milhões de euros só para aquisições em todo o mundo e que espera que os seus lucros cresçam 30%. A empresa assinou um acordo com a Levi Strauss para o ‘design ‘, produção e venda, percorrendo todas as escalas do negócio. A estratégia é do mais banal: as empresas chinesas e indianas querem comprar prestígio, que é actualmente o que os europeus têm para oferecer. Uma ameaça que está cada vez mais latente, pois é um erro os europeus pensarem que as marcas são intocáveis, conforme diz Paulo Vaz da Associação Têxtil e Vestuário de Portugal."

António José Gouveia, Hermínio Santos e Luís Reis Ribeiro

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

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domingo, março 04, 2007  

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