Cobardia.

"Há que perguntar o que leva uma coisa boa a ser abandonada. A explicação é simples: a cobardia. O mesmo que leva a Holanda a ponderar uma lei contra as blasfémias. O mesmo que levou a França, perante um facto social grave - raparigas muçulmanas ostentarem o véu da inferioridade feminina nas escolas -, a identificarem isso, que é inadmissível, com o legítimo porte de uma cruz por um cristão, de um crescente por um muçulmano ou de um kipah por um judeu. O mesmo que levou um ministro Verde alemão a propor a substituição de um feriado cristão por um feriado muçulmano...

Todas essas medidas parecem contraditórias entre si. O ataque ao Natal e a lei francesa defendem uma sociedade laica. Já a proposta de lei holandesa manda-nos para séculos atrás, quando a religião determinava os limites da liberdade. Quanto à proposta do alemão, é só mercearia... Mas todas essas tendências são gato com rabo de fora. E o rabo aponta para o mesmo: apaziguar os muçulmanos radicais, mesmo que seja à custa dos nossos valores. Cobardia, clara e abjecta. Na Europa moderna não se inventam feriados religiosos: um ministro português nunca ousaria propor, num país muito mais católico que a Alemanha é muçulmana, que se criasse um feriado novo, o 13 de Maio, em honra de Fátima.

Não, as entorses só são moeda para pagarmos a paz da besta. E assim a liberal Holanda se prontificou (logo depois de um fanático muçulmano assassino a ter assustado) a censurar, tal como Khomeini, os Versículos Satânicos, do blasfemo Salman Rushie..."

Ferreira Fernandes