POROROCA
Ondas de rio onde se pratica surf radical.
O fenômeno começa quando as águas das marés vindas do oceano chegam a desembocadura de um rio, formando elevações com até dezenas de metros de comprimento, que se movem rio acima com velocidade de 30 a 50 Km/h (10 a 15 milhas por hora). O encontro entre as águas provoca ondas que podem alcançar até 5m de altura avançando rio adentro. Este choque das águas tem uma força tão grande que é capaz de derrubar árvores e modificar o leito do rio. O barulho ensurdecedor ouve-se até com duas horas de antecedência. Alguns minutos antes de chegar, há uma calmaria, um momento de silêncio. As aves se aquietam e até o vento parece parar de "soprar". É ela que se aproxima. Os caboclos já sabem e rapidamente procuram um lugar seguro como enseadas, ou mesmo, os pontos mais profundos dos rios para aportar suas embarcações. A Pororoca manifesta-se no Pará e Amapá, nos Rios Araguari, Maiacaré, Guamá, Capim, Moju, no Amazonas e seus afluentes, também no Mearim do Maranhão. Fenômeno idêntico observa-se em muitos rios do mundo com designações peculiares. Os franceses que tem nos rios Gironda, Charante, Sena, denominam Mascaret e Barre; os ingleses registram-no nos rios Tamisa, Severn e Trent com o nome de Bore e também no rio Hughly e no rio Megma, braço do rio Bramaputra, chamando-lhe Macaréu. Os chineses admiram-no no rio Iang-Tse-Quiang, com o apelido retumbante de trovão e ai mesmo os ingleses chamam-lhe Cager. Produz-se ainda tem rios de Bornéo e Sumatra, na América do Norte, nos Rios Colúmbia .
A palavra Pororoca vem do termo poroc poroc que significa "destruidor, grande estrondo", no dialeto indígena do baixo Amazonas. Ocorre na mudança das fases da lua (2 dias antes, no dia e 3 após a lua), principalmente nos equinócios (jan. a maio e set. a dez.), mas intensamente nos períodos de maré viva ou de sizígia, ou seja, Lua Cheia e Lua Nova
O SURF
No momento da quebra do equilíbrio entre água doce e a salgada, o mar tenta invadir o rio com pressão titânica, formando uma grande onda. Esta onda de maré vem a ser surfavel ao encontrar bancos de areia, ilhas ou margens de rios. É quando se formam grandes espumeiros, que dependendo das condições de vento, transforma-se em ondas perfeitas.
A Pororoca é uma onda cheia de peculiaridades, uma delas diz respeito ao direcionamento da pressão da onda. Diferente do mar, ela tem duas correntezas; uma por cima empurrando para frente e outra por baixo empurrando para trás. Deve-se tomar cuidado na base da onda, pois existe uma corrente que está sempre travando a borda da prancha, causando uma certa instabilidade.
Depois de equipes exploradoras descobrirem que era possível surfar na Pororoca, foi dada outra tarefa para testarem; um campeonato de surf nas ondas destruidoras. Em 1998 foi realizado o primeiro campeonato de surf na Pororoca, em São Domingos do Capim. O campeonato foi bem sucedido e teve Ricardo Tatuí como o primeiro campeão. A partir daquele ano outros eventos foram realizados e este ano houve o primeiro circuito em águas doces com o Circuito Nacional de Surf na Pororoca. Proporcionando grandes aventuras, surf, adrenalina e imagens de tirar o fôlego, a temporada foi premiada com duas competições. A Associação de Surf do Pará junto com Alternativo Eventos realizaram a primeira etapa em São Domingo do Capim, no período de 07 a 13 de março, seguida pela segunda edição, o "Bad Boy / Rider de Surf na Pororoca", no Arquipélago do Marajó, maior ilha fluvial do mundo, entre os dias 07 a 13 de abril.
O local da Pororoca
A pororoca no Brasil ocorre nos estados do Maranhão, Pará e Amapá, se manifestando nos Rios Araguari, Guamá, Moju, no Amazonas e seus afluentes, como também no Mearim.
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1 Comments:
Muito interessante. Vasco
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