Da brevidade da vida como Séneca
A Primavera corre criativa e forte este ano com muita erva e depois da chuva seguiram-se dias de sol radioso e criativo, antecipando um Verão que se Deus quiser será um Verão de boas colheitas e de fruta, anunciando já as cerejas, os alperces, os pêssegos, as ameixas e depois os peros e maçãs, que apetece comer colhidas ao momento.
Sabemos, que as estações se seguem umas às outras e nós sabemos que cada dia que passa nos envelhece, a vista começa a ficar mais fraca e os brancos já não são os brancos da nossa juventude.
Interessante falar nos brancos, porque há muitos! Dizia-me um amigo, que depois de ter sido operado a cataratas, me lembrou uma coisa que parecia simples e óbvia, ou então que me não tinha passado pela cabeça e com toda a simplicidade, exclamou, com uma lágrima nos olhos, que há muitos anos não via os brancos tão brancos, como a luz que existe na minha terra do sul e de que só me apercebo quando lá estou e depois de lá estar, fica-me a angústia de ter de voltar para onde a luz é mais fraca, onde os brancos são menos brancos e os azuis do mar não têm os tons dos mares do sul do Garb.
Este meu amigo a quem chamo por graça de Mestre, homem conhecedor e que passou por tantos locais, conheceu terras onde os horizontes ficavam tão longe que se perdiam nas brumas e em que o pôr do sol era como uma descrição de Dante, mas essas terras ainda ficavam mais a sul que o meu sul e decerto as cores mais fortes seriam as cores quentes.
Também podemos viver e olhar sem ver o que a vida nos dá de bom, temos a tendência de viver sem beber o que de bom ela nos dá, como o entardecer de hoje, calmo e com uma brisa que nos acaricia a pele da forma como só a Natureza o pode fazer. Hoje não quero falar de política, nem de outras coisas ou dos demónios que nos perseguem a vida e o futuro.
Digo isto, porque ao pintar uma aguarela sei que os tons das cores e a sua beleza vêm da sua transparência e que as perspectivas e a profundidade dependem da quantidade de água que se põe na cor e nos planos, primeiro as quentes e depois as frias cada vez mais transparentes criando assim os horizontes de que me falava o meu Mestre.
Estes pensamentos obrigam-me a transcrever uma passagem de um escritor que escreveu um texto que fala no renascer e na renovação da Natureza e na transformação e na regeneração do interior de cada um de nós.
“À medida que conquistamos a maturidade tornamo-nos mais jovens. Comigo passa-se isso mesmo… pois mantive sempre o mesmo sentimento perante a vida desde os anos de rapaz; nunca deixei de encarar a minha vida adulta e o envelhecimento como uma espécie de comédia.” Herman Hesse “Elogio da velhice”
Sabemos, que as estações se seguem umas às outras e nós sabemos que cada dia que passa nos envelhece, a vista começa a ficar mais fraca e os brancos já não são os brancos da nossa juventude.
Interessante falar nos brancos, porque há muitos! Dizia-me um amigo, que depois de ter sido operado a cataratas, me lembrou uma coisa que parecia simples e óbvia, ou então que me não tinha passado pela cabeça e com toda a simplicidade, exclamou, com uma lágrima nos olhos, que há muitos anos não via os brancos tão brancos, como a luz que existe na minha terra do sul e de que só me apercebo quando lá estou e depois de lá estar, fica-me a angústia de ter de voltar para onde a luz é mais fraca, onde os brancos são menos brancos e os azuis do mar não têm os tons dos mares do sul do Garb.
Este meu amigo a quem chamo por graça de Mestre, homem conhecedor e que passou por tantos locais, conheceu terras onde os horizontes ficavam tão longe que se perdiam nas brumas e em que o pôr do sol era como uma descrição de Dante, mas essas terras ainda ficavam mais a sul que o meu sul e decerto as cores mais fortes seriam as cores quentes.
Também podemos viver e olhar sem ver o que a vida nos dá de bom, temos a tendência de viver sem beber o que de bom ela nos dá, como o entardecer de hoje, calmo e com uma brisa que nos acaricia a pele da forma como só a Natureza o pode fazer. Hoje não quero falar de política, nem de outras coisas ou dos demónios que nos perseguem a vida e o futuro.
Digo isto, porque ao pintar uma aguarela sei que os tons das cores e a sua beleza vêm da sua transparência e que as perspectivas e a profundidade dependem da quantidade de água que se põe na cor e nos planos, primeiro as quentes e depois as frias cada vez mais transparentes criando assim os horizontes de que me falava o meu Mestre.
Estes pensamentos obrigam-me a transcrever uma passagem de um escritor que escreveu um texto que fala no renascer e na renovação da Natureza e na transformação e na regeneração do interior de cada um de nós.
“À medida que conquistamos a maturidade tornamo-nos mais jovens. Comigo passa-se isso mesmo… pois mantive sempre o mesmo sentimento perante a vida desde os anos de rapaz; nunca deixei de encarar a minha vida adulta e o envelhecimento como uma espécie de comédia.” Herman Hesse “Elogio da velhice”
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