História do cinema pornográfico.

"O cinema erótico surgiu em Paris do final do século XIX. Le Coucher de La Mariée, de Eugène Pirou, produzido em 1896, é considerado o primeiro filme erótico da história. Um ano mais tarde, George Meliès foi responsável pela projecção do primeiro nu de corpo inteiro em Après le Bal. Mas foi só em 1908 que foi rodado o primeiro filme pornográfico, La Bonne Auberge, interpretado por prostitutas. Nos Estados Unidos, o puritanismo contribuiu para diminuir a produção de filmes eróticos, considerados de mau gosto e indecentes. Tanto que o primeiro filme pornográfico americano, A Free Ride, foi lançado apenas em 1915. Os filmes eróticos e pornográficos amargaram ainda décadas na clandestinidade, e foi só depois da revolução sexual, na década de 60, que ocorreu a explosão comercial do género. Clássicos como Garganta Profunda (Deep Throat), com Linda Lovelace e Harry Reems; Atrás da Porta Verde e O Diabo na Pele de Miss Jones, exibidos no início da década de 70, revelaram o potencial do sector e tornaram-se referências.

Com orçamento de 24 mil dólares, Garganta Funda foi rodado em apenas seis dias e é, até hoje, foi o filme pornográfico mais lucrativo da história. O seu sucesso não se deve apenas às cenas de sexo explícito, mas à insólita história da personagem de Linda Lovelace, que tinha o clitóris na garganta e só conseguia satisfação com sexo oral. Garganta Funda foi visto por milhares de espectadores. O director Gerard Damiano repetiu outra produção antológica, O Diabo na Pele de Miss Jones, que conta as desventuras de uma mulher que se mata e não pode ir para o inferno porque é virgem, e também não pode ir para o céu por ter se suicidado. Desde essa época, a produção de filmes pornográficos ficou restrita a cinemas especializados e ao vídeo. Actualmente, começa a haver uma tendência de acordo com as preferências sexuais do espectador: sexo anal, lesbianismo, sadomasoquismo, bissexualismo, sexo bizarro... É possível encontrar de tudo nos clubes de vídeo.

Sem vergonha.

O conceito de que as mulheres não gostam de vídeos pornográficos está a acabar... De facto, as mulheres estão mesmo a deixar "a vergonha" de parte: algumas já assumem que gostam de ver filmes pornográficos, o que não é novidade para ninguém, sobretudo para os funcionários dos clubes de vídeo, que vêm aumentar o número de mulheres que alugam filmes deste género. Que o diga o responsável por um clube de vídeo em Lisboa: «Há dois anos atrás, as mulheres vinham alugar filmes pornográficos um pouco inibidas. Agora, algumas vêm alugá-los com uma atitude mais despreocupada.» Talvez este “fenómeno” esteja relacionado com o facto «das mulheres descobrirem que podem obter uma certa estimulação, sobretudo se assistirem ao filme com o parceiro», acrescenta o mesmo responsável.

No entanto, as mulheres queixam-se de que todos os filme pornográficos não têm uma história com “cabeça, troncos e membros”, isto é, susceptível de despertar a curiosidade e atenção. «Existem diálogos iniciais, um cenário temático e depois é só sexo», diz uma consumidora de filmes pornográficos. «No fundo, há falta de um contexto que justifique o sexo», comenta. "

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