segunda-feira, outubro 30, 2006

COMBOIOS: ALTA VELOCIDADE DE ESBANJAMENTO.

"O sector ferroviário nacional anda pelas ruas, melhor, pelos trilhos da amargura. Vai de mal a pior. Não há balões de oxigénio vindos do Orçamento de Estado ou da União Europeia que consigam solucionar os crónicos défices das transportadoras, a que a CP e a Refer têm dado um inconcebível contributo. Os investimentos avultados não têm efeitos reprodutivos nas contas de exploração e nos resultados. Seguem-se mais subsídios e indemnizações compensatórias para tapar o buraco, mas o défice não pára de aumentar, a qualidade de serviço continua em níveis sofríveis e a oferta anda divorciada das necessidades da procura. Erros, indecisões, favorecimentos políticos estiveram na base de muitas medidas de que há muito tempo não se consegue ou não há coragem para recuperar. O agravar deste descalabro já não espanta ninguém e cai no anedotário público. Como é possível ter-se gasto 860 milhões de euros em dez anos para melhorar a linha do Norte, tendo-se conseguido reduzir o percurso entre Lisboa e Porto em cinco – 5 – minutos?! Não se conseguiu responsabilizar ninguém pelo feito, meritório de figurar no Guiness, de o tempo de comboio entre Lisboa e o Porto ter sido reduzido em 30 segundos por ano e ter custado 172 milhões de euros por cada minuto conseguido? Assim, com os vários mil milhões previstos previstos para o TGV, o alarme instala-se: a alta velocidade pode acelerar ainda mais o esbanjamento. "

Pedro Marques Pereira com Nuno Miguel Silva

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