domingo, outubro 29, 2006

O mundo ainda é de quem pede dinheiro emprestado

"Apesar das taxas de juro terem iniciado um movimento ascendente na Europa, encontram-se ainda a níveis historicamente baixos. Para os fundos de capital de risco – ou ‘private equities’ – o negócio continua de vento em popa. O seu modelo de negócio é simples. Atraem capital junto de fundos de investimento e de pensões e pedem emprestado o resto – normalmente com emissões obrigacionistas – para comprarem empresas, aplicar reestruturações de choque e vendê-las mais tarde com um lucro suficiente para pagar os juros e remunerar principescamente os accionistas. De acordo com a Thomson Financial, na última década, este modelo de negócio rendeu uma média de 16,5% ao ano para quem investiu no Blackstone, Permira, Apollo e outros nomes sonantes ligados às maiores aquisições mundiais nos últimos anos. Bastante melhor que a maioria dos investimentos alternativos. O fundo que João Talone pretende criar quer levantar fundos em torno dos 700 milhões de euros. Se conseguir, será o maior da Península Ibérica. Talone e os seus sócios entram em jogo numa altura em que se questiona se estas rentabilidades são sustentáveis. Mas quem manda são os investidores, e estes continuam a achar que sim. A melhor prova é que a Blackstone, o maior ‘private equity’ do mundo, com 15,6 mil milhões de dólares, por exemplo, prepara-se para aumentar o seu poder de fogo para os 20 mil milhões."

Pedro Marques Pereira com Nuno Miguel Silva

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