Que não se julgue que a culpa é da OPEP e da Galp.
"Há um ano e meio, a gasolina sem chumbo 98 custava 1,235 por litro. Agora custa 1,321. Naquela altura, o barril de petróleo custava 53 dólares, agora custa exactamente o mesmo. Só que então, o dólar valia 0,82 euros e agora vale apenas 0,78. Quem é que afinal está a ganhar dinheiro?
Esta coisa de haver uma OPEP cheia de países árabes, senegais e venezuelas, tem dado muito jeito para confundir a opinião pública sobre as verdadeiras razões do aumento do preço dos combustíveis. Mas convém ver melhor o assunto.
Em primeiro lugar, precisamos perceber que há 18 meses atrás, as refinarias, como por exemplo a Galp, estavam a comprar o litro de petróleo a cerca de 27 cêntimos de euro. A certa altura de Agosto de 2006, depois de brutais aumentos o preço do barril de crude bateu nos 78 dólares, e as refinarias estavam a comprar o litro a cerca de 37 cêntimos de euro. Agora, os contratos de compra de crude estão a ser feitos a cerca de 26 cêntimos por litro. Assim, seria de esperar que os combustíveis baixassem para os níveis de Junho de 2005. O preço da gasolina sem chumbo 98 deveria cair de 1,325 euros por litro para cerca de 1,2 euros. Mas não é isso que se passa nem será isso que se irá passar.
A verdade é que o Estado fica com a parte de leão do preço dos combustíveis. Só em IVA, para a referida gasolina sem chumbo 98, o Estado está a receber 22,9 cêntimos por litro. Mas, além disto, em Imposto sobre os Produtos Petrolíferos, o Estado ainda arrecada mais 58,9 cêntimos. Portanto, feitas as contas para cada litro de gasolina, a OPEP arrecada 26 cêntimos, o Estado fica com 81,8 cêntimos e, finalmente, todo o processo de transporte, refinação e distribuição de gasolina fica com 24,3 cêntimos.
Agora, se olharmos para 18 meses atrás verificamos que o Estado, em IVA e ISP, arrecadava 72,3 cêntimos, a OPEP 27 cêntimos e todo o processo de transporte, refinação e distribuição ficava com 24,2 cêntimos. Fica claro que o aumento de preço de 8,6 cêntimos não se fica a dever à OPEP, não se fica a dever à Galp, nem à variação da taxa de câmbio do dólar pelo euro, mas exclusivamente ao aumento dos impostos.
Portanto, deixemo-nos de lamentações e concentremo-nos na questão essencial. Se o Governo quisesse baixar o preço dos combustíveis já o teria feito. Não o querendo fazer, resta saber se o deveria ou não fazer.
E neste ponto, abre-se uma enorme discussão porque há apenas dois argumentos a favor da baixa de preço dos combustíveis e vários a favor do aumento continuado do preço. A favor da baixa dos preços há apenas a questão, fundamental, da competitividade da nossa economia face ao exterior e a questão da carestia de vida para os portugueses e da consequente inflação.
A favor do aumento dos preços via impostos deve sublinhar-se o seu contributo para a redução do consumo e da poluição, o seu contributo para sanear as contas públicas, o seu contributo para minorar o défice comercial e, fundamentalmente, o seu contributo para que surjam energias alternativas à energia petrolífera. Quanto a mim, o aumento das gasolinas é bem vindo se o Estado, em contrapartida, investir fortemente nas energias renováveis, se estimular o uso dos automóveis eléctricos e se, por esta via, se reduzir as emissões de CO2.
Gasolina cara pode ser sinónimo de melhor qualidade de vida. É mesmo decisivo que seja esse o contributo de tão elevados impostos."
Eduardo Moura
Esta coisa de haver uma OPEP cheia de países árabes, senegais e venezuelas, tem dado muito jeito para confundir a opinião pública sobre as verdadeiras razões do aumento do preço dos combustíveis. Mas convém ver melhor o assunto.
Em primeiro lugar, precisamos perceber que há 18 meses atrás, as refinarias, como por exemplo a Galp, estavam a comprar o litro de petróleo a cerca de 27 cêntimos de euro. A certa altura de Agosto de 2006, depois de brutais aumentos o preço do barril de crude bateu nos 78 dólares, e as refinarias estavam a comprar o litro a cerca de 37 cêntimos de euro. Agora, os contratos de compra de crude estão a ser feitos a cerca de 26 cêntimos por litro. Assim, seria de esperar que os combustíveis baixassem para os níveis de Junho de 2005. O preço da gasolina sem chumbo 98 deveria cair de 1,325 euros por litro para cerca de 1,2 euros. Mas não é isso que se passa nem será isso que se irá passar.
A verdade é que o Estado fica com a parte de leão do preço dos combustíveis. Só em IVA, para a referida gasolina sem chumbo 98, o Estado está a receber 22,9 cêntimos por litro. Mas, além disto, em Imposto sobre os Produtos Petrolíferos, o Estado ainda arrecada mais 58,9 cêntimos. Portanto, feitas as contas para cada litro de gasolina, a OPEP arrecada 26 cêntimos, o Estado fica com 81,8 cêntimos e, finalmente, todo o processo de transporte, refinação e distribuição de gasolina fica com 24,3 cêntimos.
Agora, se olharmos para 18 meses atrás verificamos que o Estado, em IVA e ISP, arrecadava 72,3 cêntimos, a OPEP 27 cêntimos e todo o processo de transporte, refinação e distribuição ficava com 24,2 cêntimos. Fica claro que o aumento de preço de 8,6 cêntimos não se fica a dever à OPEP, não se fica a dever à Galp, nem à variação da taxa de câmbio do dólar pelo euro, mas exclusivamente ao aumento dos impostos.
Portanto, deixemo-nos de lamentações e concentremo-nos na questão essencial. Se o Governo quisesse baixar o preço dos combustíveis já o teria feito. Não o querendo fazer, resta saber se o deveria ou não fazer.
E neste ponto, abre-se uma enorme discussão porque há apenas dois argumentos a favor da baixa de preço dos combustíveis e vários a favor do aumento continuado do preço. A favor da baixa dos preços há apenas a questão, fundamental, da competitividade da nossa economia face ao exterior e a questão da carestia de vida para os portugueses e da consequente inflação.
A favor do aumento dos preços via impostos deve sublinhar-se o seu contributo para a redução do consumo e da poluição, o seu contributo para sanear as contas públicas, o seu contributo para minorar o défice comercial e, fundamentalmente, o seu contributo para que surjam energias alternativas à energia petrolífera. Quanto a mim, o aumento das gasolinas é bem vindo se o Estado, em contrapartida, investir fortemente nas energias renováveis, se estimular o uso dos automóveis eléctricos e se, por esta via, se reduzir as emissões de CO2.
Gasolina cara pode ser sinónimo de melhor qualidade de vida. É mesmo decisivo que seja esse o contributo de tão elevados impostos."
Eduardo Moura
9 Comments:
O crude ao mesmo preço, o dólar desvaloriza e a gasolina aumenta! Este aumento de impostos é vergonhoso, pois coincide com o desinvestimento nas redes de transportes públicos, como é o caso do metro do Porto, boicotado por este Governo. Depois vêm com QRENs a anunciar melhorias na qualidade de vida? Melhorias para quem? Só se for para os nomeados administradores de GALP, CGDs e afins.
Pois é... Nestas democracias ocidentais e formais em demasia, dá nisto. Nada é real - democraticamente falando. É um regabofe total. Nada é directamente proporcional. É um fartar vilanagem... Não é possivel fazerem-se comparações lógicas tais como aquelas demostradas neste bom artigo. Qual investir em energias renováveis, qual automóveis eléctricos, qual redução de CO2, qual carapuça!!! Então e depois como é que os boys se amanhavam? não troquemos o acessorio pelo essencial (desses senhores) Nâo, o necessa´rio e mais prudente é deixar tudo como está, inflaccionar-se o preço dos combustiveis, despudoradamente não se formar nenhuma atitude ou medida em proporção lógica alternativa. Isso seria pedir demais num país onde o essencial é o aumento da produtividade, mesmo que sem contrapartidas, mesmo que inócua. Mesmo que ilógicas e sem prossecução. Aumenta-se, por que sim. Pronto. A culpa é sempre dos árabes, esses malandros, esses magnates... Deixem-nos ficar com a sua quota parte de culpas que já por si será suficiente. A "nossa", tenhamos coragem e - assumamo-la. Este país parece uma fábula La Fontaineana. Coitados é dos animaizinhos, perante tamanhas bestialidades. Saibamos tirar as devidas moralidades alegóricas, respeitantes a todas as notícias que nos abarcam e entristecem - diariamente. Infelizmente.
1.ª O maior ladrão deste País (institucional) é o governo 2.ª O mesmo utiliza o produto do roubo na distribuição de mordomias vulgo jobs and boys, e tenta brilhar com proventos escusos.
Sempre gostei de Matemática, mas por outro lado odeio fazer contas €. No entanto há duas coisas em que que acredito, só porque elas ditam lei, pese embora aos políticos e aos economistas. São elas a Natureza e o Mercado. A Natureza mostra em seu devido tempo as asneiras cometidas pelos políticos. O Mercado tudo regula desde a extrema-esquerda à extrema-direita, porque a elas se sobrepõe. Posto isto, de quem é a culpa dos custos altos dos produtos? Não é só das matérias-primas e dos custos de produção e transporte. É tão simplesmente do consumidor. Este, ao consumir sem contenção, avaliza toda uma máquina gananciosa que só a alguns aproveita. O consumidor é a causa e o objectivo do Mercado, e o seu comportamento, afectando o Mercado, irá afectá-lo a si próprio. Tal e qual como se passa com a Natureza. Ambos funcionam como boomerangs. Por isso, em vez de lamentar os aumentos de preços, melhor fôra que dominássemos os nossos ímpetos consumistas, de modo a que as leis do Mercado funcionem mais equitativamente. Mas isso é outra história, a abordar, talvez, na era de Aquarius.
Quem terá encomendado este artigo? Encontro aqui demasiados erros no artigo e tenho pena de não ter mais tempo para desmentir este sr, ponto por ponto. A começar no valor do ISP para a gasolina 98 que é de 0.62 cent/litro, segundo publicado neste mesmo jornal há poucos dias. Este sr acha que os 24,3 cent/litro que a GALP leva não é um roubo. Pois alguém reparou que é quase tanto quanto a OPEP leva? E o sr também não reparou, que o IVA, que sabemos ir para o estado, é dependente do reço base. Ou seja, se as margens forem menores ou o preço da matéria prima for menor, o IVA será menor do que o valor que anunciou. 5 cent/l a menos nos lucros da GALP ou no preço da matéria prima significam 6 cent de poupança por litro ao consumidor. Não faça, a apologia da GALP, a companhia não precisa. Todos sabemos que o governo leva a parte de leão, mas isso não invalida que a GALP não inflacione o preço. Vá ver, sr jornalista, quanto é que a Galp lucrava por cada l de gasolina antes da liberalização. Se calhar metade do que lucra hoje! No jumbo de Alverca, por exemplo, a gasolina é 10 cent mais barata. Convido-o a vir cá comprová-lo. E pode crer que o ISP aplicado ao Jumbo é o mesmo que é aplicado à GALP, ou tem dúvidas disso. Uma coisa é certa, o IVA que o Jumbo paga por litro é menos 2 cents que o que a Galp paga...
É necessário muito cinismo para vir falar defesa do Ambiente. Quando surgem intervenções de associações, são este "economistas" liberais os primeiros a desvalorizar e menorizá-las. Mas quando se fala em aumento de custos para o Consumidor comum, já são "verdes"... Haja decência!!!
Todos os surgem notícias que só demonstram o desespero destes indivíduos, sem dinheiro. Agora é para justificar aumentos nos combustíveis a pretexto de qualidade de vida. Tudo para sacar dinheiro, sempre mais dinheiro para manter tudo igual, tudo a receber reformas, tudo na esplanada a viver à custa de alguém. Estive no centro de badajoz, na 6ª feira, diesel a 89.8 cêntimos. Não se vê este tipo de miséria intelectual a arrranjarem expedientes, todos os expedientes, vale tudo para o estado manter o esquema. Os carros de luxo vendem-se bem. Os votantes esquerdistas arranjaram este quadro lírico, estes tipos é que criaram este monstro, agora resolvam o problema, mas continua tudo igual, a mente estatizada lolol. Não conseguem perceber que o problema não é o preço, o problema é a desordem mental que patrocinam. Também quero ver se nas próximas mini férias para o algarve se vão montados nas energias renováveis !!!! Um dia destes ficam albaneses.
Novo presidente do Parlamento Europeu é alemão 2007-01-16 14:36 O conservador alemão Hans-Gert Poettering foi eleito esta terça-feira, em Estrasgurgo, França, para presidir ao Parlamento Europeu (PE) durante dois anos e meio, com uma maioria absoluta de 450 votos, logo na primeira volta. De um total de 715 eurodeputados votantes, houve 26 votos brancos ou nulos e 689 votos expressos. Para a eleição do novo presidente do PE eram preciso um mínimo de 345 votos, resultado largamente ultrapassado pelo vencedor, adianta a agência «Lusa». Poettering, 61 anos, era até agora líder do Partido Popular Europeu (PPE, o maior grupo político nesta legislatura com 277 dos 785 eurodeputados) e sucede assim ao socialista espanhol Josep Borrell. Poettering é um dos veteranos do PE, exercendo o cargo de deputado europeu sem interrupção desde as primeiras eleições directas e universais, em 1979. Jurista de formação e católico de credo, o eurodeputado alemão gerido, desde 1999, as várias tendências conservadoras que se juntam no seu grupo político. Para a sua eleição foram decisivos os votos do Partido Socialista Europeu (PSE) e dos liberais (ALDE). Além de Poettering, estavam na corrida ao cargo a italiana Monica Frassoni, grupo Verdes/Aliança Livre Europeia (ALE), que teve 145 votos, o francês Francis Wurtz, grupo da Esquerda Unitária e Esquerda Nórdica (CEUE/EVN), 48 votos, e o dinamarquês Jens-Peter Bonde, grupo Independência e Democracia (IND/DEM), 46 votos. MUITO BEM !!!!!
É o socio-marxismo em acção...
"OS RICOS QUE PAGUEM A CRISE"!!!!
Lembram-se, ou sofrem de amnésia?
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