segunda-feira, setembro 24, 2007

Mais um tudólogo.

"Um dostudólogosdeste regime, Sousa Tavares de apelido, especializado apenas em emitir por escrito e até em emissão televisiva, opiniões avulsas sem fundamento, vem hoje no Expresso, mais uma vez, regurgitar ignomínias e asneiras sobre assuntos de especialidade, defendendo o novo Códio de Processo Penal e o Governo que o aprovou e atacando os malandros do costume que não querem trabalhar. No caso, polícias e magistrados.

Sobre as novas leis penais, o cronista aproveita para esclarecer um alarmado leitor do Diário de Notícias que escreveu uma carta ao jornal, indignado pelas alteração do Código Penal “em prol dos criminosos mais violentos” que não se trata de alterações a esse Código mas ao de Processo Penal. Esse, segundo o tudólogo Tavares, é que “regula o funcionamento da tramitação processual em mataria penal.” Ninguém ainda disse ao improvisado explicador que as reformas penais abrangem os dois códigos e que por exemplo, o Código Penal foi alterado de modo a influenciar decisões já transitadas.

Depois, faz o coro da justificação da alteração dos prazos da prisão preventiva, mencionando o escandaloso facto de Portugal ser dos países com maior número de presos preventivos. O facto é falso, como o demonstra um estudo internacional do King´s College, mas o especialista repete a aleivosia para acompanhar o escrito opinativo, e tem o distinto desplante de escrever que nenhum dos presos até agora solto, em consequência da nova lei penal, “integra a categoria que o leitor chama os criminosos mais violentos”.

Está visto que não leu notícias desta semana, com referência à libertação de um violador de uma criança deficiente. Ou então, este tipo de crime não integra a tipologia particular do observador de tudo o que mexe, no que se refere aos criminosos mais violentos. O que aliás, parece ter alguma lógica porque nunca se viu o mesmo a escrever fosse o que fosse em prol das vítimas de abusos sexuais da Casa Pia, mas podem ler-se fartas referências a outros, através dos ataques despudorados, aos investigadores, entendidos objectivamente como inimigos de classe e quiçá, pessoas de baixa índole e extracção, porque abusadores de direitos alheios.

Ainda agora, no escrito, continua a bater no ceguinho da ignorância generalizada, ao dizer que no famigerado processo se assistiu “ à sucessão de atropelos, enormidades e abusos de toda a ordem”, sem exemplificar um único dos atropelos ou uma só enormidade, dando como assente a veracidade da ignomínia.

No fim do escrito, vem a pérola do costume: “as escutas telefónicas sem controlo e sem razão de justiça” ( sic), e a “possibilidade de maratonas nocturnas de interrogatórios”, destinam-se apenas a um efeito: “habilitar os investigadores com a mais clássica, a mais fácil e a mais fraca das provas: a auto-incriminação do arguido”. Quando se poderia esperar um lampejo de bestunto esclarecido que nos elucidasse sobre a vantagem da obtenção da verdade material em relação a malfeitorias ou sobre as condicionantes que restringem a validade da prova em Inquérito à sua reprodução em audiência de julgamento, eis que afinal nos deparamos com mais uma das maravilhas da sua particular ciência jurídica.

Lendo tudo, não se percebe tanta sanha, contra quem investiga em nome do povo, crimes e malfeitorias, antes se apresenta um mundo ao contrário ou com uma encenação estranha e digna de Alice no país das maravilhas.

A não ser que o problema venha todo do célebre álbum fotográfico, no tal processo…porque aí o tudólogo encartado, tem a razão toda da sua lógica particular: sendo a lei igual para todos, há sempre uns que são mais iguais que outros, E um tudólogo está sempre entre os da primeira categoria, como se sabe. Assim, fica tudo explicado
."

José na Grande Loja

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

E há por aí uns rabiantes e mangussos que ecoam esse escrito desse "tudólogo" como sendo de um perito "fazedor de opinião".

Pois.....

segunda-feira, setembro 24, 2007  

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