quinta-feira, outubro 18, 2007

Flexibilidade.


"150 mil trabalhadores de todo o país estão a desfilar em direcção ao Parque das Nações, em Lisboa, em protesto contra a política económica e social em Portugal e em defesa de uma Europa com direitos sociais e emprego. O protesto começou quase ao mesmo tempo em que o presidente em exercício da União Europeia (UE), José Sócrates, anunciou um acordo entre representantes das confederações patronais e sindicais da Europa em torno da modernização do mercado de trabalho e dos princípios da «flexigurança»."
150 mil? Ao contrário do que se pensava, ainda existem muitos comunistas em Portugal. Quanto à flexibilidade, como diz António Monteiro Fernandes:

A importância das palavras no debate das questões económicas e sociais poucas vezes é bem medida. Grande parte do esforço de concepção que, por exemplo, desenvolvem as instituições europeias é consumido na procura de “fórmulas”, de “enunciados”, de rotundidades verbais que “fiquem”, que “penetrem” e que garantam o benefício da inércia intelectual, da aceitação passiva por parte da “massa” destinatária. É fácil discorrer sobre “este mundo globalizado em que vivemos” e apontar a necessidade de constantes ajustamentos das empresas através de “flexibilidades” várias. A “competitividade” afirmou-se como o grande princípio vital e o critério decisivo para o certo e o errado. Tudo isto vem, sobretudo, de pessoas que têm situações garantidas, contas espalhadas e “paraquedas dourados” para o caso de algo correr menos bem. Patriotas, em suma.

O que nenhum deles explica é como se faz funcionar a flexibilidade de horários quando o trabalhador tem mulher também a trabalhar, tem filhos, mora longe e ganha pouco – o que é a regra entre nós. O que nenhum dos profetas da dinâmica competitiva esclarece é como se faz mobilidade geográfica sem mercado de arrendamento nem disseminação de infraestruturas sociais. Era bom que os apologistas do despedimento fácil oferecessem respostas para a violência que é a perda de emprego sem justificação, ou para o destino a dar aos despedidos em fase descendente da aptidão profissional, numa economia sem dinamismo como a nossa.

Mas aí, as palavras e as fórmulas percutantes claudicam
."

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9 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Era aí que o Socrates devia encomendar uma sondagem

quinta-feira, outubro 18, 2007  
Anonymous Anónimo said...

Depois de ter lido que algures os sindicatos financiam os partidos politicos.Se assim o é? Então ficamos sem saber quem usa quem.É quase como o partido comunista dizer que o PS governa a direita mas depois quer entregar o governo ao PSD, se o PS cair. Va la se compreender para que ajudar a cair governos para entregar o poder aos outros.

quinta-feira, outubro 18, 2007  
Anonymous Anónimo said...

Depois de ler estes comentários pergunto-me a mim mesmo: Quem tem dirigido Portugal há mais de trita anos, é os sindicatos CGTP e P.C. ou é o P.S alternado com o P.S.D.? pelos comentários de dois senhores dá a impressão que nem o P.S. esteve no governo nem o P.S.D.Não vêm a precariedade do emprego? Não vêmos ricos cada vez mais ricos?Alguem tem de sofrer para isso.

quinta-feira, outubro 18, 2007  
Anonymous Anónimo said...

Cada dia que passa admiro mais este Eng. Sócrates. Houvessem mais como ele!! A qualidade de vida dos Portugueses nunca teve um salto tão grande. Agora, com a flexigurança, ainda melhor vamos ficar. Saio de um emprego e tenho, de imediato, lugar noutro. FANTÁSTICO.Assim já posso organizar a minha vida e constituir família. Agora sei que nunca vou ficar desempregado. Sócrates, sempre.

quinta-feira, outubro 18, 2007  
Anonymous Anónimo said...

Portugal é um parente pobre da Europa, pertence à família, mas tem um poder económico e financeiro, comparativamente, muito frágil. Por isso não queiram os sindicatos que têm enterrado a economia portuguesa, ter direitos sem posses para isso, e, sobretudo, sem a atitude de muitos povos da Europa. Existe uma panóplia de direitos, mas, antes disso, também existe a cartilha dos deveres, do empenho profissional sério e construtivo para que Portugal possa ter uma economia que suporte as reivindicações dos sindicatos.

quinta-feira, outubro 18, 2007  
Anonymous Anónimo said...

è mais um conceito que se traduzirá na flexibilização total das relações laborais, ao emprego na hora corresponderá o desemprego na hora. O resto é conversa . Porque insitem am baralhar as pessoas. Pessoalmente acho bom. Acho muito bem que se implementem essas medidas o mais rápidamente possível e a começar por todos aqueles que por força de cunhas conseguiram um "emprego" um "tacho" é por eles que se deve começar e também claro pelos nossos amigos Politicos que gostam muito de elaborarem leis para os outros mas no que respeita a eles parece que tudo passa ao lado... tipo um SA como o BCP que devido à Blindagem os velhos do restelo se mantém sempre à tona de água . Enfim cá vamos cantando e rindo. Mas não pensem que sou contra lá por estas tiradas sou a favor. Quando de um dia para o outro familias e mais familias e projectos de familias se virem todos flexibilizados estou para ver quem é que paga as rendas e as amortizações das casas e que vivem... imaginem só o tamanho do Sub-prime que se avizinha ... deixem-me rir ... e o monte de casas por vender e alugar ... falèncias umas atrás das outras .... vai ser uma festa quando finalmente tivermos todos flexibilizados ... estaremos todos a viver na rua ... Então sim o nosso Governo Socialista cumpriu os seus designios Nacionais com o aplauso de todos os outros Partidos Politicos e das restantes Instituições e Orgãos de Soberania... Viva Portugal.

quinta-feira, outubro 18, 2007  
Anonymous Anónimo said...

Pôr na mão da maioria dos patrões portugueses a possibilidade de despedir sem freio, será uma catástrofe social, como bem diz o articulista. Mas os neo-liberais não tem problemas de consciência. O seu Deus é outro - o do lucro. Basta ver as entevistas que às vezes se fazem aos trbalhadores imigrantes para perceber, se alguém ainda tem dúvidas, do que são capazes. O ariculista merece parabéns por aparentemente a sua formação em economia não lhe ter atingido a dimenção humana que parece ter atingido a maioria das pessoas da área ecnómica.

quinta-feira, outubro 18, 2007  
Anonymous Anónimo said...

Este tema é a nova tendência da moda internacional! Devia ser aplicado a governos e governantes, que têm contratos a prazo de 4 anos e de lá saem para Conselhos de Administração sem qualquer preparação para o cargo, já sem falar nos deputados, que ao fim de 8 anos saem com a reforma por inteiro! A propósito, o Sócrates a falar com o Bush foi uma vergonha para Portugal: "...a simpatetic (!!!??!!!)invitation" e "...in the midwest (!!!??!!!)" ,em vez de Midlle East! Por mim, se houvesse flexisegurança (ou flexissegurança, eu sei lá) para todos, este já tinha sido despedido!

quinta-feira, outubro 18, 2007  
Anonymous Anónimo said...

Flexisegurança-um casal jovem com contrato, de meses, mês com emprego , mês sem emprego,fazem uns biscates para sobreviver,não pedir crédito para comprar casa, não podem arrendar casa, lá terão os pais de os ajudar. Adulto , trabalhador- o chefe nem o pode ver, todos os motivos são bons para o avaliar negativamente- adeusinho e até naõ volte nunca mais. Moça jovem trabalha num supermercado de manhã e á tarde noutro local,se tivesse nais de 40 anos nem a contratavam era VELHA.segurança no trabalho.....os nossos pais tiveram , agora é a insegurança, o medo.Para os donos das empresas, os trabalhadores deveriam trabalhar 12 horas por dia e receber uma miséria ,direitos sociais anulados, não podemos permitir tal situação?!

quinta-feira, outubro 18, 2007  

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