terça-feira, novembro 27, 2007

As recomendações, em inglês, soam muito melhor

"Numa altura em que a Confederação da Indústria Portuguesa está a tentar o regresso de Michael Porter a Portugal – para mais um relatório sobre a competitividade da economia nacional – vale a pena recuar 13 anos e perceber as razões que levaram o então Governo de Cavaco Silva a encomendar um estudo ao professor de Harvard.

O ministro que pediu esse trabalho em 1994, Luís Mira Amaral, é claro quando explica as motivações para a encomenda. Porter, um prestigiado consultor internacional, não vinha para inventar a pólvora – as ideias que introduziu já germinavam junto dos economistas portugueses –, mas para dar um selo de credibilidade à política económica e industrial que o Governo queria executar. Curiosamente, não foram as políticas públicas que seguiram o relatório Porter de 1994 – no ano seguinte, António Guterres iria engavetar o “selo” (que custou, em 1994, 500 mil euros). Foram as empresas, algumas, que adoptaram parte das vagas recomendações do norte-americano – e com bons resultados. Treze anos depois, vale a pena perceber o que quer o país de Porter: recomendações verdadeiramente inovadoras ou um provinciano e caro carimbo de credibilidade
."

Bruno Faria Lopes

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