"Fazer ou não um referendo ao Tratado europeu. Duas frases, uma ideia, um dilema: o que o primeiro-ministro hoje desfaz no Parlamento. José Sócrates tudo indica, vai deixar cair mais uma promessa eleitoral: referendar o Tratado europeu. Se por um lado é verdade que a promessa de 2005 tinha que ver com a Constituição europeia, a verdade como bem lembrou António Vitorino, é que o Tratado de Lisboa incorpora 80% do defunto tratado constitucional. Fez bem José Sócrates em não referendar o novo tratado? Fez. Por duas razões. Por um lado a Europa deve fugir desta crise (sim ela existe e corrói o projecto europeu desde 2005!) como o diabo foge da cruz. Por outro lado, o papel do político é apenas um: “Transformar informações em decisões” como gosta de sublinhar Sarkozy. E as informações de que dispõe Sócrates deixam claro que se Portugal optasse pelo referendo estaria aberta a caixa de Pandora. Pelo menos o fragilizado primeiro-ministro inglês também seria confrontado com a necessidade de cumprir a promessa eleitoral. E aí, quem assumiria a responsabilidade? O primeiro-ministro de “Lisboa”? "
Francisco Teixeira
Acresce que quase ninguém conhece esse famoso Tratado e quem o conhece como Mário Soares até o acha confuso. E depois será que os portugueses, à semelhança de referendos anteriores, iam perder tempo a referendá-lo?
5 Comments:
Que maçada, os senhores e senhoras que tem uma vida competamente desmotivante e que agora queriam por força, ter em suas mãos, uma decisão tão importante como a ractificação de uma documento que nem sequer sonham com o seu conteudo. Palhaçada... Coragem, é dizer, não. É assumir que errei quando disse que deixaria os meninos e as meninas votar um texto tão importante para a constituição de uma europa diferente, aquela em que só estamos integrados porque uma meia duzia de politicos conseguiram enganar outros.....
Caros senhores, parece-me óbvio que este referendo nunca poderia ser feito. Como confiar uma decisão desta importância a milhões de pessoas cuja compreensão do assunto limita-se a zero, pior ainda, a tentativa de obtenção de informação sobre o assunto é zero tambem. Não se pode emitir uma opinião sobre o que não se sabe e muito menos numa decisão desta importancia. Tudo isto porque este referendo iria ser considerado como um teste ao governo, e isso não pode acontecer, não se trata disso nem pouco mais ou menos. Todos sabemos a má actuação que o governo tem tido e isso não poderia nem por nada influenciar o resultado de um referendo que não tem nada a ver isso e que é de vital importancia para o país.
Para que um referendo sobre um assunto que para 99,99% da população é chinês mal falado. Eu dei-me ao trabalho de tentar preceber mas desisti depois de ler dois paragrafos sobre o assunto. Agora faz alguma logica que o governo tivesse optado por essa solução? só mesmo se fosse para tirar lucros politicos (as pessoas ficavam felizes por a sua opinião contavam e depois quando fossem votar: Ah voto sim porque o peixe tá mais barato, ah voto não porque fui multado por ir a 160kmh na 2 circular). Não é para isso que quem esta no parlamento ganha o que ganha, para poderem decidir qual a melhor opção para o pais? Infelizmente aguns estão lá só mesmo para dormirem a cesta, mas deve haver alguns que ate trabalham...
"conteúdo é diferente do conteúdo do defunto Tratado Constitucional da UE." MENTIRA!!!! A nova constituicao eh igualzinha a que foi recusada em referendo. So deixaram cair alguns "adornos" (o hino, abandeira etc) mas mantiveram todo o resto. So mudaram mesmo o tamanho das letras em que o texto foi impresso e a distancia entre linhas. Ate pode haver uma ampla maioria a favor do projecto europeu, na qual eu me incluo. Mas tambem ha uma ampla maioria contra esta constituicao. (nao riam, o socrates continua a ser mais aldrabao do que eu).
Acho muito bem! Referendo para que exactamente? Que conhecimentos tecnicos sobre o assunto tem o cidadão médio português para em consciência se pronunciar sobre o assunto? Não é para isso que elegemos uma classe política? Para nos representarem e tomarem decisões por nós nestas circunstâncias? Considero-me uma pessoa relativamente bem informada. Leio bastante incluindo diários, semanários e felizmente tenho acesso - ao contrário de uma substancial parte da população - a outras fontes de imformação (internet nomeadamente) onde posso procurar informar-me ainda melhor sobre os assuntos. Contudo, nesta questão sei que nunca conseguirei conhecer o documento a ratificar tão a fundo que me possa em consciência pronunciar sobre ele. E, sem ser elitista, se eu não o consigo fazer imagino como será com uma elevada percentagem da população... A ratificação iria acabar por ser apenas e só uma tomada de posição a favor ou contra a politica governamental. Mais grave - se vamos por aí - foi ninguém ter consultado ninguém quando da adesão à então CEE ou quando passámos a adoptar o Euro como moeda. Penso que aí sim teria tido mais relevância. Arrisco-me a dizer que se calhar 70% dos portugueses não conhecem o conteúdo do Tratado de Lisboa. Então ia-se referendar exactamente o quê? Deixem-se de demagogia barata e exijam referendos em questões que afectem directamente o dia a dia dos cidadãos e sobre as quais as pessoas se possam pronunciar com conhecimento de causa...
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