segunda-feira, fevereiro 04, 2008

Alípio Ribeiro

"O director nacional da PJ entende que houve “precipitação” na constituição do casal McCann como arguido. Bom, a ser assim estamos todos obrigados a nos preocupar porque, afinal, temos uma polícia incompetente na avaliação de indícios criminais. Mas, pior, temos um Ministério Público irresponsável que dá cobertura a investigações sem qualquer espécie de nexo. A ser verdade a tal precipitação – que os advogados dos McCann estão legitimamente a explorar – todo o sistema de acção penal falhou. É grave que falhe no caso concreto do desaparecimento de Madeleine McCann como em qualquer outro.

Aqui chegados, pergunta-se: onde está a precipitação? Avaliaram mal os indícios de fluídos biológicos encontrados no apartamento e no carro? Foram enganados pelos resultados preliminares obtidos no laboratório de Birminghan? Investigadores experientes como os que estavam e estão à frente do caso não foram capazes de ver que estavam na direcção errada? Que deveriam continuar a alimentar uma busca insana da menina ao sabor das mil e uma aparições registadas nos sete cantos do mundo? Se não forem prestadas mais explicações, então, o sistema legal português tem de ser consequente: tratar rapidamente de modificar a situação processual do casal, pedir desculpa e encontrar os responsáveis por tal desastre, que dada a dimensão institucional que o caso adquiriu não devem estar meramente ao nível dos mais directos responsáveis pela investigação, seja na PJ ou no Ministério Público
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Eduardo Dâmaso

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