Luís Filipe Menezes e o paradoxo na vida política portuguesa
"O desastre das sondagens, revelando a opinião do eleitorado sobre o declinante PSD e a sua desnorteada liderança, obrigou Luís Filipe Menezes a descobrir «um paradoxo» na vida política portuguesa: «O PS já não merece ser Governo, mas o PSD ainda não merece ser Governo»...
«Temos aqui um vazio complicado...», acrescentou Menezes, num esforço desesperado para ganhar tempo de sobrevivência política perante um partido que o olha cada vez mais de soslaio. E que já começa a conspirar abertamente face à comprovada inépcia do líder, fazendo contas para lhe encontrar um substituto com um mínimo de credibilidade e consistência política antes das legislativas de 2009.
Por seu lado, Menezes e a clique de refugo do partido que com ele chegou à direcção do PSD já estão a tratar, no Conselho Nacional deste fim-de-semana, daquela que parece ser a sua única especialidade política: abrir a porta às chapeladas nas votações internas, transferir a residência de militantes ao sabor das conveniências, etc. – em suma, blindar qualquer tentativa de serem apeados, pelo voto, do poder que ainda há pouco conquistaram. Bem se podem unir num indignado coro de protesto os anteriores secretários--gerais do PSD. Nesta matéria, Menezes e o seu grupo não brincam em serviço, como já demonstraram no passado. Não vai ser fácil tirá-los de lá antes de 2010.
E A verdade é que o PSD tem o destino que merece e que ele próprio traçou. Na última década, com o afastamento do poder, as chamadas elites sociais-democratas desertaram e desinteressaram-se do partido, reduzindo-o a um aparelho de interesses locais e regionais, onde predominam o caciquismo, o oportunismo e a mediocridade. Sem quadros de valor, sem ligação à sociedade civil, à vida académica ou empresarial, o PSD estiolou.
Um PSD que entrega a sua liderança e o Governo às mãos de Santana é um partido que perdeu o sentido do país e das responsabilidades. Um PSD que troca o esforço de credibilização e de regeneração política de Marques Mendes pelo populismo bacoco de Menezes é um partido irremediavelmente doente. Quem virá a seguir? Rui Rio? Aguiar Branco? Outro? Com a perspectiva de uma inapelável derrota em 2009 e de mais uns longos anos na oposição?"
JAL no "Sol".
«Temos aqui um vazio complicado...», acrescentou Menezes, num esforço desesperado para ganhar tempo de sobrevivência política perante um partido que o olha cada vez mais de soslaio. E que já começa a conspirar abertamente face à comprovada inépcia do líder, fazendo contas para lhe encontrar um substituto com um mínimo de credibilidade e consistência política antes das legislativas de 2009.
Por seu lado, Menezes e a clique de refugo do partido que com ele chegou à direcção do PSD já estão a tratar, no Conselho Nacional deste fim-de-semana, daquela que parece ser a sua única especialidade política: abrir a porta às chapeladas nas votações internas, transferir a residência de militantes ao sabor das conveniências, etc. – em suma, blindar qualquer tentativa de serem apeados, pelo voto, do poder que ainda há pouco conquistaram. Bem se podem unir num indignado coro de protesto os anteriores secretários--gerais do PSD. Nesta matéria, Menezes e o seu grupo não brincam em serviço, como já demonstraram no passado. Não vai ser fácil tirá-los de lá antes de 2010.
E A verdade é que o PSD tem o destino que merece e que ele próprio traçou. Na última década, com o afastamento do poder, as chamadas elites sociais-democratas desertaram e desinteressaram-se do partido, reduzindo-o a um aparelho de interesses locais e regionais, onde predominam o caciquismo, o oportunismo e a mediocridade. Sem quadros de valor, sem ligação à sociedade civil, à vida académica ou empresarial, o PSD estiolou.
Um PSD que entrega a sua liderança e o Governo às mãos de Santana é um partido que perdeu o sentido do país e das responsabilidades. Um PSD que troca o esforço de credibilização e de regeneração política de Marques Mendes pelo populismo bacoco de Menezes é um partido irremediavelmente doente. Quem virá a seguir? Rui Rio? Aguiar Branco? Outro? Com a perspectiva de uma inapelável derrota em 2009 e de mais uns longos anos na oposição?"
JAL no "Sol".
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