segunda-feira, março 31, 2008

O mistério da gasolina

"Há um eterno mistério à volta dos preços da gasolina. Quase ninguém sabe como são negociados, que margens têm as empresas, com que antecedência compram no mercado, em que sítio e em que condições.

Sabe-se apenas que a carga fiscal é alta, que a Galp domina o mercado de refinação, que as outras companhias seguem o exemplo do líder na marcação de preços. Abel Mateus, que abandonou a concorrência há poucos dias, dizia que era difícil encontrar provas de um cartel, sem fugir da carga negativa da palavra. Semântica à parte, a falta de clareza nas estruturas de preços da gasolina levanta muitas dúvidas num mercado onde três ou quatro operadores sustentam 11 milhões de portugueses. Tornou-se banal criticar o Estado porque taxa em demasia, mas pelo menos há um efeito redistributivo para parte desses impostos. Taxar para redistribuir, é esse o princípio. Podemos é discutir se o Estado cobra a mais e se devia distribuir muito menos. Na mesma medida também seria um exagero pensar que as empresas - que trabalham num mercado onde a informação é dinheiro - têm a obrigação de dar toda os dados sobre como cobram e onde cobram. Mas um pouco mais de transparência acabaria com uma série de mal-entendidos
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Miguel Pacheco

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