APROVEITAMENTO DE RESTOS
"Janto fora com amigos. Pratos na mesa: cabidela e a sorte que o eng. Sócrates tem. A cabidela é consensual. A sorte do eng. Sócrates nem tanto, apesar das populares teses a favor. Claro que, em quatro anos, o homem subiu de jovem promessa socialista e nada plausível primeiro-ministro a primeiro-ministro sem plausíveis alternativas. Claro que, no processo, contou com uma sucessão de coincidências quase tão miraculosas e improváveis quanto os fenómenos que separam o Big Bang de Shakespeare. A saída de Durão. A primeira decisão de Sampaio. A demissão de Ferro. As candidaturas de Alegre e João Soares ao PS. A governação de Santana. A segunda decisão de Sampaio. Etc. Embora nem tudo tenha sido coincidência, e o eng. Sócrates não seja Shakespeare, é evidente que o acaso o tem empurrado.
E claro que o acaso continua a empurrado durante a legislatura, com a oposição entregue aos sindicatos e aos partidos do mata e esfola, com a obscuridade do dr. Portas a levantar dúvidas sobre a sua própria existência e com o PSD afundado num arraial privativo de que até Ângelo Correia foge.
Mas sorte? Não há sorte em ser o rosto visível do pandemónio vigente. Do FMI e da OCDE ao dr. Salgueiro e ao meu primo, instituições e personalidades diversas prevêem o prolongamento da penúria nacional, fulgurante desde o pântano de Guterres. O PIB cai, o desemprego aumenta, as exportações caem, a dívida externa aumenta, a qualidade do ensino cai e assim por diante.
A agonia do País, mais ou menos imprevisível e totalmente incontrolável, esclarece o presente deserto político: antes ninguém queria avançar com medo de perder eleições; hoje, ninguém avança com medo de as ganhar. Sobra, por inércia e omissão, o refugo do refugo, a praticar disparates em roda livre. E, um nadinha acima, sobra o eng. Sócrates, que grita contra o pessimismo e preside em ecrãs de plasma à realidade que teima em desobedecer-lhe. Vendo bem, a sorte dele é relativa. E proporcional à respectiva grandeza."
Alberto Gonçalves
E claro que o acaso continua a empurrado durante a legislatura, com a oposição entregue aos sindicatos e aos partidos do mata e esfola, com a obscuridade do dr. Portas a levantar dúvidas sobre a sua própria existência e com o PSD afundado num arraial privativo de que até Ângelo Correia foge.
Mas sorte? Não há sorte em ser o rosto visível do pandemónio vigente. Do FMI e da OCDE ao dr. Salgueiro e ao meu primo, instituições e personalidades diversas prevêem o prolongamento da penúria nacional, fulgurante desde o pântano de Guterres. O PIB cai, o desemprego aumenta, as exportações caem, a dívida externa aumenta, a qualidade do ensino cai e assim por diante.
A agonia do País, mais ou menos imprevisível e totalmente incontrolável, esclarece o presente deserto político: antes ninguém queria avançar com medo de perder eleições; hoje, ninguém avança com medo de as ganhar. Sobra, por inércia e omissão, o refugo do refugo, a praticar disparates em roda livre. E, um nadinha acima, sobra o eng. Sócrates, que grita contra o pessimismo e preside em ecrãs de plasma à realidade que teima em desobedecer-lhe. Vendo bem, a sorte dele é relativa. E proporcional à respectiva grandeza."
Alberto Gonçalves
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