Nacionalizar e mercado imposto só alguns, cá, como lá
A Reserva Federal (Fed) dos Estados Unidos está a estudar o processo de nacionalizações de parte do sistema bancário nórdico europeu, nos anos 90, como possível solução temporária para resolver a crise financeira estadunidense, noticiou o diário britânico The Telegraph.
O jornal refere que “um funcionário superior de um dos bancos centrais escandinavos” admitiu que estrategistas do banco emissor dos EUA iniciaram contactos para aprenderem como a Noruega, Suécia e Finlândia geriram “as suas traumáticas crises, entre 1991-1993, que quase fizeram capitular a economia da região”.
O Telegraph refere que o vice-presidente da Fed, Don Kohn, “continua muito preocupado com a profundidade da crise americana e está a considerar as abordagens nórdicas para eventuais soluções de emergência.”
Entre 1997-2000, algumas das históricas instituições bancárias suecas passaram um complexo processo de fusões e aquisições geridas cooperativamente pelos bancos centrais da Suécia, Noruega, Dinamarca e Finlândia. Marcas como Merita Bank, Unibank, Kreditkassen (Christiania Bank) e Nordbanken, em conjunto, deram origem ao grupo financeiro Nordea, com sede na Suécia, operando nos países escandinavos e bálticos considerados “mercados domésticos”.
Entre 1997-2000, algumas das históricas instituições bancárias suecas passaram um complexo processo de fusões e aquisições geridas cooperativamente pelos bancos centrais da Suécia, Noruega, Dinamarca e Finlândia. Marcas como Merita Bank, Unibank, Kreditkassen (Christiania Bank) e Nordbanken, em conjunto, deram origem ao grupo financeiro Nordea, com sede na Suécia, operando nos países escandinavos e bálticos considerados “mercados domésticos”.
O seu principal accionista é o Estado sueco, com cerca de 20% dos títulos cotados nas bolsas sueca, finlandesa e dinamarquesa.
Outro caso exemplar, teve lugar na Noruega onde um dos maiores bancos regionais - Fokus Bank - resultou da forçada integração e consolidação imposta pelas autoridades monetárias a sete bancos sob sua jurisdição, no final do século XX: Buskerudbanken, Bøndernes Bank, Forretningsbanken, Vestlandsbanken (1987), Tromsbanken (1990), Rogalandsbanken (1991) e Samvirkebanken (1993).
Outro caso exemplar, teve lugar na Noruega onde um dos maiores bancos regionais - Fokus Bank - resultou da forçada integração e consolidação imposta pelas autoridades monetárias a sete bancos sob sua jurisdição, no final do século XX: Buskerudbanken, Bøndernes Bank, Forretningsbanken, Vestlandsbanken (1987), Tromsbanken (1990), Rogalandsbanken (1991) e Samvirkebanken (1993).
O Fokus Bank, desde 1999, integra os activos do Danske Bank, grupo financeiro dinamarquês que adquiriu o respectivo controlo accionista após uma fase de turbulência no sector. (pvc)
Por cá os economistas que ainda não aprenderam a lição da porcaria feita pelos neocons e pelos neo liberais, insistem em vender, em saldo, aos amigos, aguarda-se a CGD, porque de facto, o Estado morreu e tornou isto num sítio muito mal frequentado.
Trinta e tal anos é tempo suficiente para criar uma geração de carneirada mal preparada e sem noção de nada, comem a ração que lhes derem, mesmo que seja chorume.
8 Comments:
Os neoliberais hoje estão em todo o lado.
É claro que chamar neoliberais aos criados dos donos do dinheiro global é forçado e termo de circo.
Já todos perceberam o que se passa.
Um senhor de nome Borges vem decerto salvar a pátria, tipo um D. Sebastião, saído do nevoeiro do subprime.
É um herói, muito ouvido, um guru à portuguesa.
De resto, temos um país entregue às directivas das famílias que governam o mundo, só que o mundo é capaz de estar a mudar e as imposições já não são feitas, pelo Banco Mundial, ou pelo FMI.
Hoje a China, a Índia, o Brasil, a Rússia, o México e os que são donos do petróleo vão impor regras novas.
A recessão virá e até ao fim do ano será vista pela fal^ência dos fundos de pensões, como no caso Enron, só que global.
Espera-se que a gentinha que governa o sítio não tenha jogado com dinheiro que não é deles.
A CGD deveria ser esquadrinhada, porque o horizonte não vai ser bom.
Isto está "porreiro" e só me preocupa a saída do dr Coelho para o betão .É que agora, o único optimista vai ser o dr Vitalino...
O fed conhece bem quais os instrumentos para evitar uma possivel recessão,para estimular o investimento,aumentar oconsumo e o emprego.
É uma má, muito má notícia. Primeiro o presidente Bush atira-se de cabeça para a guerra do Iraque e "goza" com a velha Europa. Depois o senhor Greenspan põe-se em bicos de pé e, em vez de fazer a supervisão das actividades financeiras dos EUA entretém-se a escrever e promover o seu livrito das "turbo"lências. E agora o BCE vai ter que abrir os cordões à bolsa ?
Chegámos ao ponto de no econtro Brown-Sarcozy,os dois tenham pedido aos bancos para tornarem transparentes as suas situçaões de passivo.Só não percebo por que é que o Zé abre falencia ,se deve mais do que pode pagar e os bancos irresponsáveis são apoiados pelos bancos centrais para continuar as vigarices.Ainda há banqueiros credíveis ?
Esta crise vai fazer baixar os ordenados ho actual e anterior homens da Fed ? Do patrão do BCE ou do nosso incombustível Governador do BdP ? Andaram a dormir ? E se fossem avaliados pelo novel Siadap português...o que é que lhes fariam ?
O sistema financeiro mundial está infestado de HABILIDOSOS JOGADORES. Quando o jogo descamba, abandonam a "mesa" e entregam as "DÍVIDAS" para que sejam pagas por outros, não eles que delas benefeciaram, quantas vezes, fraudulentemente. É isto que as regulamentações DEVEM evitar, frenando as jogatanas e as ilicitudes do "JOGO" especulativo-financeiro, doutra forma continuaremos a oscilar entre períodos de "ajustamentos" para repor o que foi subtraido no "JOGO" viciado do sistema.
Ainda não chegámos ao fim da história em termos de crise dos créditos hipotecários. O que foi inicialmente apresentado como uma crise controlável e de efeitos limitados no tempo parece agora alastrar numa maré de incerteza que dissolve as previsões iniciais mais optimistas. Independentemente das consequências sobre o sistema financeiro e, por arrastamento, para a economia em geral, a questão porventura mais interessante que agora se coloca diz respeito à dimensão e contornos dos cenários de intervenção pública.
Até ao presente, a opção que vem sendo seguida traduz-se em sucessivas injecções de liquidez no sistema financeiro por parte dos bancos centrais. Contudo, essas intervenções não parecem ter detido a espiral perversa de falta de liquidez no sistema, conduzindo a vendas forçadas de activos e daí à contínua descida dos valores desses activos e ao enfraquecimento dos balanços das instituições financeiras.
As consequências visíveis desse relativo fracasso manifestaram-se, com algum estrondo, através da necessidade experimentada pela Reserva Federal norte-americana (‘Fed’) de assegurar um financiamento de emergência para impedir a falência do quinto maior banco de investimento dos EUA (Bear Stearns), apoiando, para o efeito, a aquisição levada a cabo pelo JPMorgan.
Este tipo de intervenção de emergência, apesar de romper com cânones de actuação do Fed, não traduz ainda a última palavra em termos de intervenção pública.
Até onde pode, então, ir este paradoxal regresso à intervenção pública pura e dura após a transição pós-liberal do novo milénio?
Sendo hoje consensual que os cenários de desvalorização da crise financeira já não são credíveis, estaremos essencialmente confrontados com duas opções possíveis.
A primeira corresponde ao que podemos denominar como opção gradualista. A segunda poderá traduzir uma espécie de ‘big bang’ financeiro. Seguir uma opção gradualista significará, no contexto actual, continuar a assegurar injecções financeiras, em condições especiais, no sistema, em função das circunstâncias e das dificuldades a par e passo experimentadas por várias instituições. Através do carácter sistemático e cada vez mais alargado dessa intervenção, tende-se a criar a percepção de uma virtual rede pública de segurança que impedirá – em todos os casos – a verificação de situações de colapso sistémico. Poder-se-á, assim, devolver alguma confiança ao sistema financeiro (atenuando as ondas de choque enquanto as perdas resultantes da disseminação incontrolada do risco vão agora sendo conhecidas e assimiladas).
A opção pelo ‘big bang’ financeiro, que começa já a ser discutida ‘sotto voce’ – ou talvez nem tanto – entre os bancos centrais dos dois lados do Atlântico, envolveria a compra massiva de activos financeiros associados a garantias hipotecárias ou afins (‘mortage-backed securitities’). Tratar-se-ia de uma gigantesca operação realizada com recurso a fundos públicos e que procuraria – utilizando aqui uma imagem – eliminar os elementos de contaminação do sistema financeiro e estabelecer um patamar de sustentação para os mercados de créditos hipotecários.
O carácter drástico desta opção – apesar de vozes apaziguadoras que se fazem ouvir, considerando ainda não atingido um limiar de crise que a justificasse – espelha a gravidade potencial do problema que enfrentamos. Pela nossa parte, entendemos que as discussões baseadas nesse cenário não traduzem qualquer “catastrofismo”, mas, pelo contrário, um saudável realismo e uma desejável preparação para reagir a quaisquer circunstâncias. Discordamos, contudo, das teses advogando que a prioridade deve neste momento ser colocada nos cenários públicos de intervenção de emergência e só depois na reforma da regulação do sector financeiro (veja-se, por exemplo, o “The Economist” deste fim de semana). Os dois processos devem ser conduzidos a par, de modo a que a utilização de recursos públicos se faça com base em novos pressupostos desde logo conhecidos. Anuncia-se, pois, um novo mundo, de contornos ainda menos claros, na regulação do sector financeiro. O que começa a tornar-se certo é que a regulação está de volta e em força.
Enviar um comentário
<< Home