A revolta silenciosa dos jovens cidadãos
"Cavaco acertou na mouche ao dedicar ao alheamento dos jovens portugueses da coisa política o seu discurso comemorativo de mais um aniversário do 25 de Abril.
A Revolução dos Cravos tinha como ponto nuclear do seu programa a instauração da democracia em Portugal - ou seja dar aos cidadãos a última palavra na decisão sobre o destino.
Neste sentido, não deixa de ser a um tempo irónico e preocupante que, 34 anos depois, os filhos do 25 de Abril não se revejam no sistema político que os seus pais ajudaram a construir.
O estudo encomendado à Universidade Católica pela Presidência da República confirma o que já se suspeitava: os jovens dos 15 aos 29 anos são a camada etária mais insatisfeita com a qualidade da nossa democracia.
Nunca desde o 25 de Abril os partidos políticos estiveram tão distantes dos cidadãos. A esta fria distância não é estranho o facto de a primeira geração de políticos profissionais ter chegado ao poder nos principais partidos. Os dois primeiros-ministros mais recentes, Santana Lopes e José Sócrates, formaram-se na escola das Jotas.
São cada vez mais os eleitores que olham para os partidos centrais do nosso sistema político como meras máquinas de conquista do poder desprovidas de uma pinga sequer de paixão e ideologia.
Os partidos devem, por isso, reflectir seriamente neste aviso do PR, que com a sua palavra deu um peso institucional suplementar a uma revolta silenciosa dos eleitores que se exprimia através de crescentes taxas de abstenção."
Editorial do DN
A Revolução dos Cravos tinha como ponto nuclear do seu programa a instauração da democracia em Portugal - ou seja dar aos cidadãos a última palavra na decisão sobre o destino.
Neste sentido, não deixa de ser a um tempo irónico e preocupante que, 34 anos depois, os filhos do 25 de Abril não se revejam no sistema político que os seus pais ajudaram a construir.
O estudo encomendado à Universidade Católica pela Presidência da República confirma o que já se suspeitava: os jovens dos 15 aos 29 anos são a camada etária mais insatisfeita com a qualidade da nossa democracia.
Nunca desde o 25 de Abril os partidos políticos estiveram tão distantes dos cidadãos. A esta fria distância não é estranho o facto de a primeira geração de políticos profissionais ter chegado ao poder nos principais partidos. Os dois primeiros-ministros mais recentes, Santana Lopes e José Sócrates, formaram-se na escola das Jotas.
São cada vez mais os eleitores que olham para os partidos centrais do nosso sistema político como meras máquinas de conquista do poder desprovidas de uma pinga sequer de paixão e ideologia.
Os partidos devem, por isso, reflectir seriamente neste aviso do PR, que com a sua palavra deu um peso institucional suplementar a uma revolta silenciosa dos eleitores que se exprimia através de crescentes taxas de abstenção."
Editorial do DN
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