quarta-feira, junho 11, 2008

RTP, Camões, 10 de Junho, Dia da Raça e História de Portugal

A RTP continua a prestar um serviço público miserável. Como é que é possível, ontem Dia 10 de Junho, Dia de Camões e das Comunidades Portuguesas (Dia da Raça, porque não) a RTP emita o filme “Camões” de Leitão de Barros, bem ao fim da noite ? Para quem não saiba, é uma das obras cinematográficas portuguesas pertencente ao apelidado período de ouro do cinema luso. Tratou-se de uma produção épica para a época que se vivia em Portugal (1946), recheado de nomes sonantes (António Vilar, Eunice Munoz, Leonor Maia, Igrejas Caeiro, Costinha, Cármen Dolores, João Villaret e tantos outros…) onde se pretende glorificar a vida de um poeta tão mal tratado no seu tempo. Não é de estranhar que o filme esteja cheio de pormenores fantasiosos que nada mais pretende edificar aquilo que na verdade não era bem assim. A política cultural do Estado Novo a tal “obrigava”…Ninguém acreditará que Camões salvou o manuscrito dos “Lusíadas” nadando apenas com um braço. Como também não é verdade que o Poeta tinha cegado devido ao disparo de um arcabuz almóada quando estava a erguer a bandeira no mastro de uma praça forte algures no Norte de Africa. Na verdade, cegou devido a uma limalha proveniente da explosão de um canhão quando estava embarcado. Há toda uma série de clichés reproduzidos no filme que também eram ensinados nos bancos das escolas. Como todos os defeitos que tem este filme, possui um forte elenco, uma excelente banda sonora (Ruy Coelho) perfeitamente integrada com o filme, cenários magníficos, tendo sido mobilizados centenas de figurantes. Quase uma super produção à Cecil B.DeMille na nossa escala, a qual não nos envergonha, nem ontem, nem hoje. Aliás, este filme concorreu ao Festival de Cinema de Cannes em 1946.

No tempo das botas, valorizava-se e incutia-se os valores nacionais desde o inicio dos estudos primários. Pela vida fora, havia a máquina politica que nos lembrava, ou melhor, não nos deixava esquecer quem eram os portugueses (Exposição do Mundo Português e o agora tal propalado Dia da Raça, são apenas dois exemplos). Chegou o 25 de Abril e decide-se que, os tais feitos portugueses são atrocidades, exploração colonialista, perfeitamente conotadas com o Estado Novo com o qual o PREC queria distância. Interessa agora saber a fundo é quem foi Marx, Engels, Lenine e Stalin. Estes dois últimos, autênticos meninos de coro, uns anjos.

O Neo-Liberalismo esbate ainda mais a História de Portugal, diluindo-a na universalidade. Interessa preservar as intocáveis tradições importadas para as periferias de Lisboa. Fala-se em multiculturalidade, mas o que se pretende é monoculturalidade. Defender com unhas e dentes a cultura de outras raças que vivem em Portugal, é ser-se democrático, progressista, moderno e de esquerda também. Esquerda fina, esquerda caviar, pois claro. Esquerda de roupa de marca com etiqueta escondida, esquerda com papás adminstradores de empresas publicas, carrões na garagem e filhos Okupas. Quem ousar falar em vultos nacionais, cultura portuguesa, oito séculos de História e que Portugal deu novos mundos ao Mundo, é retrogado e provavelmente amigo do Mário Machado e dos SkinHammer, logo um alvo a abater em nome da "democracia". É moralmente válido, fundamental até, ministrar cursos de desobediência civil, mas é obsceno ensinar História de Portugal ou mencionar sequer algo sobre o Império Português. Nem o P.R. , o mais alto magistrado da Nação, escapa aos nossos novos guardas vermelhos...

Resumindo: o politicamente correcto e a "Orquestra Vermelha" acha fascizante ensinar História de Portugal às criancinhas, suprime-se o passado, depois quem se admira das barbaridades que saem da boca dos estudantes universitários ? Haja shots e brocas, que o que resto é paisagem !

Um povo que rejeita o seu passado, despreza o seu futuro.

2 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Tigre

O "politicamente correcto" só está interessado em ensinar às crianças as virtudes da homosexualidade.

quarta-feira, junho 11, 2008  
Anonymous Anónimo said...

Dia da raça sim.

quarta-feira, junho 11, 2008  

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