Soluções simples.
"A revolta descontrolada dos pequenos camionistas, que transbordou o enquadramento patronal da Antram, está a submeter o Governo a uma dura prova. Não é fácil pôr em ordem um sector tão pulverizado como o dos transportes rodoviários, dividido por 8500 empresas, 48 mil camiões e 70 mil trabalhadores. Mas é a primeira tarefa do Governo garantir o cumprimento das leis da República e punir quem impede a livre circulação de bens.
Com a economia estagnada e no meio de uma grave crise internacional, é intolerável que algumas centenas de camionistas paralisem o País e causem prejuízos incalculáveis a sectores económicos que deles dependem para viver, como é o caso dos produtores avícolas, agrícolas e de leite, bem como de indústrias exportadoras, como a têxtil. José Sócrates faz bem em apostar na diplomacia. Cedeu no acessório, ao aceitar voltar atrás na decisão de retirar aos camionistas o desconto nocturno nas portagens, concedido por António Guterres. E manteve--se firme no essencial, ao recusar subsidiar os combustíveis.
Como os camiões gastam em média 20 litros de gasóleo aos 100 quilómetros e o combustível pesa 35% no total dos custos das empresas de transporte rodoviário, é natural que os camionistas estejam preocupados com as consequências da escalada do preço dos petróleo. Mas a solução é simples numa economia de mercado como a nossa. Consiste em transferir para os consumidores o aumento dos custos de operação. Pensar em pôr todos os contribuintes a financiar o gasóleo é, no mínimo, recuar 35 anos no tempo."
Editorial do DN (Radio PS sem filtro).
Geralmente somos contra as soluções simples. Não compensam o esforço despendido nas universidades e criam ilusões aos merceeiros de bairro.
Etiquetas: Como se trama o cidadão...
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