'MAGALHÃES' EM CARACAS
"É consensual dizer-se que a oposição não funciona. Após quinze dias de férias das crónicas mas não das notícias, acho a atitude, além de consensual, razoável. O PSD, que tem uma direcção praticamente muda, dispõe em compensação de uma série de direcções alternativas que não se calam. O CDS dá-se ao luxo de ficar sem vice-presidente e, durante um ano inteirinho, ninguém nota a falta do homem (nem do CDS). A extrema-esquerda, claro, faz o carnaval que pode à custa da penúria alheia ou de "causas" fundamentais que afligem 300 almas.
Valha-nos o Governo? Se a pergunta não for inoportuna, qual Governo? O eng. Sócrates aposta na segurança e preside à balbúrdia, apaixona-se pela educação e transfere-a para honestíssimas e competentíssimas autarquias, anuncia investimentos imaginários e imagina a prosperidade de uma economia esfarrapada por iniciativa própria, etc. A existirem, os méritos do Governo esgotam-se na cooperação com a Venezuela.
Não vou discutir se se pode considerar meritório o entendimento com um regime grotesco. O facto é que o entendimento é perfeito, a ponto de já ser complicado distinguir onde termina a nossa fronteira e começa o domínio dos jagunços de Chávez. Sempre que não se entretém a expulsar embaixadores americanos ou delegações da Human Rights Watch, a suprimir direitos civis e a lançar perdigotos em redor, o Idi Amin venezuelano encontra-se a receber os nossos governantes em Caracas ou a ser recebido por eles em Lisboa. Há dias, o ministro Pinho apareceu por lá a vender computadores. Para a semana, Chávez vem cá negociar quinquilharia vária. Pelo meio, ainda teve tempo de publicitar o computador em questão, o portentoso Magalhães, no seu divertido programa televisivo.
Vi o pedacinho do programa em que El Presidente chamava aos portugueses um "povo amigo" e batia com o Magalhães na mesa, a fim de lhe testar a resistência. O Magalhães resistiu. Pelo menos Chávez decidiu que sim: "Está aqui uma luzinha acesa". Em Portugal, pelo contrário, há muito que inúmeras luzinhas ameaçam fundir".
Alberto Gonçalves
Valha-nos o Governo? Se a pergunta não for inoportuna, qual Governo? O eng. Sócrates aposta na segurança e preside à balbúrdia, apaixona-se pela educação e transfere-a para honestíssimas e competentíssimas autarquias, anuncia investimentos imaginários e imagina a prosperidade de uma economia esfarrapada por iniciativa própria, etc. A existirem, os méritos do Governo esgotam-se na cooperação com a Venezuela.
Não vou discutir se se pode considerar meritório o entendimento com um regime grotesco. O facto é que o entendimento é perfeito, a ponto de já ser complicado distinguir onde termina a nossa fronteira e começa o domínio dos jagunços de Chávez. Sempre que não se entretém a expulsar embaixadores americanos ou delegações da Human Rights Watch, a suprimir direitos civis e a lançar perdigotos em redor, o Idi Amin venezuelano encontra-se a receber os nossos governantes em Caracas ou a ser recebido por eles em Lisboa. Há dias, o ministro Pinho apareceu por lá a vender computadores. Para a semana, Chávez vem cá negociar quinquilharia vária. Pelo meio, ainda teve tempo de publicitar o computador em questão, o portentoso Magalhães, no seu divertido programa televisivo.
Vi o pedacinho do programa em que El Presidente chamava aos portugueses um "povo amigo" e batia com o Magalhães na mesa, a fim de lhe testar a resistência. O Magalhães resistiu. Pelo menos Chávez decidiu que sim: "Está aqui uma luzinha acesa". Em Portugal, pelo contrário, há muito que inúmeras luzinhas ameaçam fundir".
Alberto Gonçalves
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