terça-feira, setembro 23, 2008

Do neocons de estado e ultraliberalismo do privado ao socialismo de estado. Alguém dizia que a revolução de 17 fora paga por banqueiros Bilberberg...

Wall Street encostou uma arma à cabeça dos políticos e disse:
O dinheiro para cá imediatamente ou fiquem com a culpa com o que se irá passar.
A audácia do secretário de estado do Tesouro Henry Paulson, reflecte-se pelo que ele se recusa a dizer, nenhuma palavra acerca da proposta de escapatória e como ela irá funcionar, nenhumas perguntas aos banqueiros acerca do dinheiro do público, ou seja dos contribuintes.
A opacidade do Tesouro, 3 páginas sumárias do plano inclui este gelado depoimento:

Section 8. Resumo. Decisões do Secretário de acordo com a autoridade deste Acto não são passíveis de revisão empenhada com reserva por este organismo e não pode ser passível de revisão por qualquer tribunal ou agência administrativa

“Por outras palavras, nada de processos permitidos por investidores prejudicados ou contribuintes. Nada de queixas mais tarde feitas por ignorantes que não souberam no que votaram. É pegar ou largar, estúpidos.”

Os dois partidos políticos submetem-se a esta extorsão porque não sabem o que fazer e vergam-se às instruções de Wall Street, que é a postura usual, parece menos arriscado e ficam com menos responsabilidades.
Paulson e Bernanke intimidam por duas razões.
Os esforços antes feitos não provocaram qualquer efeito, nem restauraram a confiança dos investidores piorando o pânico global.. Para além disto a Reserva Federal está a ficar sem dinheiro. Perto de 3/5 dos 800 mil milhões de USD de Fed foram jogados para o lixo – hipotecas securitizadas e outras aplicações sem valor tomadas pelos balanços falsos de Wall Street.
O arrogante banco central aproxima-se rapidamente da sua própria história de desgraça, potencialmente tão desacreditado como depois do crash de 1929.

“Secrecy and opacity are crucial to achieve Wall Street's purposes. It could allow Paulson to overpay his old pals for near-worthless assets and slyly recapitalize the damaged banks while telling public and politicians the money is to save the system. To achieve this, Wall Street needs to keep control of the process whoever is elected president (the Wall Street Journal recommends John Thain, ex-chief of the New York Stock Exchange to succeed Paulson). Not everyone will be saved, of course, but high on the list of endangered nameplates is Goldman Sachs, Paulson's old firm. The high-flying investment house looks doomed by these events. The Fed quickly agreed to convert Goldman and Morgan Stanley into banks. Think of Paulson's solution as Goldman Sachs socialism.”
Citações de um homem extraordinário:
William Greider
About William Greider
National affairs correspondent William Greider has been a political journalist for more than thirty-five years. A former Rolling Stone and Washington Post editor, he is the author of the national bestsellers One World, Ready or Not, Secrets of the Temple, Who Will Tell The People, The Soul of Capitalism (Simon & Schuster) and--due out in February from Rodale--Come Home, America

1 Comments:

Blogger Toupeira said...

O Sr Cavaco diz que os portugueses vão sofrer,mas não diz quais...Não fala da nacionalização encapotada do BCP, é o mercado, será agora ainda tão adepto da globalização selvagem, do neo liberalismo do tempo da dama de ferro e do governo actual, das contas e estatísticas artisticas?

Crise financeira. Um Congresso dos EUA reticente deu início a uma série de audiências para tomar uma decisão sobre o plano de saneamento da banca americana avançado pelo secretário do Tesouro, Henry Paulson, com o apoio do presidente da Reserva Federal, Ben Bernanke
"A decisão do Congresso é requerida com urgência para estabilizar a situação e evitar consequências muito sérias para os nossos mercados financeiros e para a nossa economia," afirmou ontem o presidente da Reserva Federal, Ben Bernanke, perante o Comité da Banca do Congresso norte-americano. "Os mercados financeiros globais continuam sob uma pressão extraordinária", acrescentou Bernanke, em defesa do plano de intervenção do governo dos EUA, destinado a comprar créditos incobráveis de instituições financeiras do país até ao montante de 700 mil milhões de dólares (475 mil milhões de euros), em troca de acções dessas instituições em risco de falência.

O banqueiro central dos EUA ecoava o apelo do secretário do Tesouro, Henry Paulson, autor do plano de saneamento financeiro da banca norte-americana. Depois de enumerar as sucessivas decisões tomadas pelo Tesouro e pela Reserva Federal desde que rebentou a bolha especulativa do crédito hipotecário de alto risco em Agosto de 2007, rematou: "Nós temos de agir agora de forma decisiva e definitiva para atacar a raiz desta agitação!"

Ambos depararam-se com posições reticentes de senadores de ambos os partidos. Sherrod Brown, senador democrata do Ohio, afirmou que os seus eleitores têm uma posição "universalmente negativa" perante a proposta, enquanto Jim Bunning, republicano do Kentucky, afirmava que o plano "vai tirar as dores a Wall Street e espalhá-las pelos contribuintes". Para o presidente da Comissão da Banca do Senado, o democrata do Connecticut, Christopher Dodd, o resgate deverá seguir três princípios: protecção dos contribuintes; supervisão adequada, transparente, com prestação de contas; e ajuda às famílias para evitar a execução de hipotecas. Segundo Dodd, a crise deve-se à "ganância dos privados e à negligência da regulação pública".

No campo republicano, o senador senior do partido na Comissão, Richard Shelby, do Alabama, avisou que o Congresso "não pode resolver esta crise gastando verbas imensas em activos sem valor". E apelou para que "se trabalhe um plano viável e efectivo que resolva a crise antes de esbanjarmos 700 mil milhões de dólares dos contribuintes".

Depois de uma reacção inicial eufórica ao plano Paulson, nos mercados na Ásia, a Europa e nas Américas, instalou-se a dúvida acerca da capacidade de construção de um consenso no Congresso para atacar a crise financeira. O valor das acções e do dólar caiu, entretanto, à espera de uma decisão. |

quarta-feira, setembro 24, 2008  

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