Forte de Copacabana
A transferência da capital do Brasil para a Cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro, em 1763, provocou a necessidade de serem reforçadas as defesas da Baía da Guanabara, através das Fortificações de Artilharia.
Seis anos depois, foi iniciada a instalação de um Forte na "Ponta da Igrejinha", em Copacabana, nome pelo qual era conhecido o promontório (Geog. - Cabo formado de rochas elevadas) onde hoje se situa o Forte de Copacabana.
Depois de várias tentativas não concluídas o projecto só foi retomado em 1908, durante o governo de Afonso Pena, com o lançamento da pedra fundamental, enterrada junto a uma caixa lacrada contendo colecções de selos nacionais, moedas de ouro, de prata, de níquel, de cobre e jornais do dia. Construído no promontório da Igrejinha de Nossa Senhora de Copacabana, quer dizer que, para erguer a fortaleza, foi necessária a demolição da antiga Igrejinha, que deu origem ao nome do bairro, e sempre viveu ligado à santa, cujas origens remontam ao antigo Império Inca e ao Santuário da Virgem do Lago Titicaca, na Bolívia.
Construção (1908 - 1914)
A execução da obra prolongou-se por 6 anos e 9 meses e utilizou mais de 2 mil operários civis. O armamento fabricado pela Krupp e trazido da Alemanha pela marinha Brasileira, foi transportado em 6.414 volumes, guindastes eléctricos de 80 toneladas desembarcaram os canhões, que foram instalados em quatro cúpulas.
Uma, com dois canhões de 305 mm, com alcance máximo de 23 Km; Outra, com dois canhões de 190 mm, com máximo de 18 Km; E mais duas, com um canhão de 75 mm cada, com alcance máximo de 7 Km.
A energia eléctrica necessária à iluminação, aos movimentos das armas e ao sistema de ventilação era fornecida por uma fábrica composta de dois grupos eletrogêneos construídos pela AEG, alemã.
Protegidos por uma casamata (subterrâneo) abobadada, de 40 mil metros cúbicos, com muralhas externas voltadas para o mar de 12 metros de largura, os militares podiam enfrentar o inimigo durante semanas, isolados do exterior. Essa construção, dificultada pelas condições do terreno e do mar, e agravada pelo tamanho e peso do armamento, representou um desafio para as engenharias militares brasileira e alemã.
O Forte de Copacabana caracterizou-se por possuir traços peculiares que marcaram a sua história. A Fortificação foi ocupada, sucessivamente por seis Baterias de Artilharia, até a instalação, em 23 de Outubro de 1934, do 3º Grupo de Artilharia da Costa (3º GACos). Seus modernos canhões, dotados de grande potência de fogo e avançada tecnologia fizeram-no, por muito tempo, baluarte de defesa da entrada da Baía. Suas agilidades, voltadas para a procura de novas técnicas e para o aprimoramento da instrução militar viabilizaram a execução das primeiras Escolas de Fogo, que foram realizadas a partir de 1935, além de ser o pioneiro, no Brasil, em exercícios nocturnos de levantamento de rota com apoio de holofotes, em 1937.
Desde 1986, o Forte passou a ser sede do Museu Histórico do Exército, em suas actividades educacionais e culturais atende ao público de terça à domingo das 10:00h às 16:00h. Estão preservadas as primitivas instalações, com as galerias, os refeitórios, os lavatórios em estilo art-nouveau, paiol das munições, a câmara de tiro e as quatro cúpulas dos canhões de trajectória rectilínea. Suas instalações compreendem, salões de exposições temporárias e outros para eventos sociais e educacionais. Estudantes de 1º e 2º graus das escolas da comunidade usufruem de uma área de lazer com campo de jogos. Aos domingos e feriados o museu abre seus portões para passeio ciclístico. Em sua acção social atende a menores carentes do projecto Rio Criança Cidadã e oferece uma sala para o atendimento de Centro de Valorização da Vida.
Integrando a tradição à vida civil e um pouco de história ao nosso quotidiano, brevemente serão inaugurados salões de exposições permanentes sobre o Exército Brasileiro na Colónia e no Império. Como projecção da Biblioteca do Exército, será inaugurado um amplo salão de leitura.
O museu em suas actividades atende à estudantes, pesquisadores e estagiários, nas áreas de museologia, história e restauração.
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