Sócrates e o jogo das Bolsas
"Há pouco mais de um mês, José Sócrates fez um aguerrido discurso partidário em Guimarães, no qual, entre outras tiradas inflamadas, assegurou que não iria «permitir que o valor das pensões dos portugueses seja jogado na Bolsa e entregue aos caprichos dos mercados financeiros, como defende o PSD». E perguntou, com um frémito de indignação: «Como é que é possível que, face aos riscos evidentes dos mercados de capitais, o PSD mantenha esta proposta? Não será isso irresponsável? Não será isso uma aventura perigosa?».
Sócrates comprometeu-se a lutar por «uma Segurança Social pública que garanta o futuro das pensões» e apontou os horrores da proposta do PSD – que «obrigaria a que cada português entregasse um terço das suas contribuições para a Segurança Social a fundos privados», que passariam depois «a depender do jogo da Bolsa». Da tenebrosa economia de casino, como Sócrates também gosta de qualificar a actividade dos mercados financeiros.
Ora, já se sabia, mas o ministro Vieira da Silva veio esta semana confirmar que a Segurança Social do Estado perdeu, nos primeiros nove meses deste ano, 3,14% da sua carteira de investimentos, um valor que o ministro não quis quantificar mas que andará, pelo menos, entre os 250 e os 300 milhões de euros.
Como? Vieira da Silva explicou: «A actual crise financeira e económica provocou uma desvalorização nas acções do Fundo de Estabilização Financeira da Segurança Social devido ao comportamento das Bolsas».
Mas, afinal, a Segurança Social do Estado aplica os seus fundos no ‘jogo das Bolsas’?! Aplica, aplica. Perto de 1.900 milhões de euros, cerca de 22% do total do Fundo, estão, há muito, entregues ao que Sócrates apelida de ‘caprichos dos mercados financeiros’, em acções, futuros e forwards.
E José Sócrates, quando fez a sua diatribe em Guimarães, não sabia? Teve um ataque de amnésia momentâneo? Estava a faltar descaradamente à verdade? Ou apenas a exercitar a sua demagogia política? Qualquer que seja a resposta, ela não inspirará a confiança dos portugueses no seu primeiro-ministro."
JAL
Sócrates comprometeu-se a lutar por «uma Segurança Social pública que garanta o futuro das pensões» e apontou os horrores da proposta do PSD – que «obrigaria a que cada português entregasse um terço das suas contribuições para a Segurança Social a fundos privados», que passariam depois «a depender do jogo da Bolsa». Da tenebrosa economia de casino, como Sócrates também gosta de qualificar a actividade dos mercados financeiros.
Ora, já se sabia, mas o ministro Vieira da Silva veio esta semana confirmar que a Segurança Social do Estado perdeu, nos primeiros nove meses deste ano, 3,14% da sua carteira de investimentos, um valor que o ministro não quis quantificar mas que andará, pelo menos, entre os 250 e os 300 milhões de euros.
Como? Vieira da Silva explicou: «A actual crise financeira e económica provocou uma desvalorização nas acções do Fundo de Estabilização Financeira da Segurança Social devido ao comportamento das Bolsas».
Mas, afinal, a Segurança Social do Estado aplica os seus fundos no ‘jogo das Bolsas’?! Aplica, aplica. Perto de 1.900 milhões de euros, cerca de 22% do total do Fundo, estão, há muito, entregues ao que Sócrates apelida de ‘caprichos dos mercados financeiros’, em acções, futuros e forwards.
E José Sócrates, quando fez a sua diatribe em Guimarães, não sabia? Teve um ataque de amnésia momentâneo? Estava a faltar descaradamente à verdade? Ou apenas a exercitar a sua demagogia política? Qualquer que seja a resposta, ela não inspirará a confiança dos portugueses no seu primeiro-ministro."
JAL
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