Participar
"Um estudo recente revelava que os portugueses aspiram a mudanças profundas na forma de fazer política, com mais participação.
A democracia portuguesa, que nasceu ao som de uma canção que anunciava que “o povo é quem mais ordena”, está refém dos donos da política, que falam em nome do povo e decidem a favor das clientelas. A política tornou-se um enfadonho exclusivo de silhuetas que pairam pelos corredores do poder político e que só a biologia ou um “tacho” afastam do desígnio de governar os outros, governando-se a si próprio e aos seus pares.
E é assim que o quadro político-partidário está em ebulição, entre um PS que, com raras excepções, se acomoda por reverência e por medo, um PSD que não sabe o que fazer perante um PS que governa à direita guiando-se pela estrela de Belém, um PCP cujo discurso triunfalista seria apropriado ao comandante do Titanic, um Bloco que apostou no cavalo errado e perdeu a corrida e o cavalo, um PP que se reafirma todos os dias como um enfezado saco de gatos. E é assim também que o realinhamento das forças políticas entra na ordem dos dias.
Mas o que é que as forças políticas entendem por realinhamento? Baralhar, partir e dar de novo? A aspiração que os portugueses revelaram no estudo aludido não foi a de ver as mesmas caras com um novo visual, o pessoal do costume com fardamentos novos, ou novos casamentos de conveniência para alcançar o baú. O que os portugueses fizeram constar foi que querem participar e trazer com o seu exemplo outros portugueses à participação política. A participação foi o único fenómeno político novo que se deu no mundo nos últimos anos. Aconteceu nos EUA, com Obama, como poderá acontecer em qualquer outro ponto da terra. É só questão de participar."
João Paulo Guerra
A democracia portuguesa, que nasceu ao som de uma canção que anunciava que “o povo é quem mais ordena”, está refém dos donos da política, que falam em nome do povo e decidem a favor das clientelas. A política tornou-se um enfadonho exclusivo de silhuetas que pairam pelos corredores do poder político e que só a biologia ou um “tacho” afastam do desígnio de governar os outros, governando-se a si próprio e aos seus pares.
E é assim que o quadro político-partidário está em ebulição, entre um PS que, com raras excepções, se acomoda por reverência e por medo, um PSD que não sabe o que fazer perante um PS que governa à direita guiando-se pela estrela de Belém, um PCP cujo discurso triunfalista seria apropriado ao comandante do Titanic, um Bloco que apostou no cavalo errado e perdeu a corrida e o cavalo, um PP que se reafirma todos os dias como um enfezado saco de gatos. E é assim também que o realinhamento das forças políticas entra na ordem dos dias.
Mas o que é que as forças políticas entendem por realinhamento? Baralhar, partir e dar de novo? A aspiração que os portugueses revelaram no estudo aludido não foi a de ver as mesmas caras com um novo visual, o pessoal do costume com fardamentos novos, ou novos casamentos de conveniência para alcançar o baú. O que os portugueses fizeram constar foi que querem participar e trazer com o seu exemplo outros portugueses à participação política. A participação foi o único fenómeno político novo que se deu no mundo nos últimos anos. Aconteceu nos EUA, com Obama, como poderá acontecer em qualquer outro ponto da terra. É só questão de participar."
João Paulo Guerra
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