Miróbriga
As ruínas romanas de Miróbriga foram referenciadas desde o século XVI por André de Resende, e encontram-se implantadas numa zona privilegiada de visibilidade que lhe permite controlar territorialmente toda uma região, profícua em recursos agrícolas, marítimos e mineiros, pelo que este sítio arqueológico terá desempenhado um papel comercial de relativo destaque.
Interpretada como santuário, por alguns autores, e como centro urbano provincial, por outros, Miróbriga foi habitada desde, pelo menos, a Idade do Ferro até ao século IV d. C.. Embora as estruturas habitacionais ainda permaneçam reduzidamente estudadas, sabe-se que se desenvolveram ao longo de calçadas e possuíam decorações com frescos.
Foi durante o período romano que o centro urbano sofreu uma considerável ampliação, mediante a execução de um alargado programa construtivo. Assim, na zona mais elevada de Miróbriga, foi erigido o fórum, no centro do qual é visível um templo eventualmente dedicado ao culto imperial, assim como um outro consagrado a Vénus.
Entretanto, circundando o fórum desenvolve-se toda uma zona constituída por diversas construções de funcionalidade ainda mal conhecida, assemelhando-se, todavia, a duas das edificações mais comuns nos fora provinciais, ou seja, à cúria e à basílica.
A Sul, por sua vez, desenvolvia-se a área comercial, por excelência, caracterizada pela presença de diversas lojas, as tabernae.
Numa das zonas mais bem conservadas de todo o complexo de Miróbriga revelam-se as termas, compostas por dois edifícios construídos em períodos diferentes, possivelmente destinados ao uso feminino e masculino. Entre os séculos I e II d. C., surgem os compartimentos habituais neste tipo de edificação, ou seja, uma zona de entrada, com salas de vestiário e jogos, e uma zona de banhos frios - frigidarium-, e de banhos aquecidos - caldarium e tepidarium.
Relativamente próximo situa-se uma ponte de arco único de volta inteira. É ainda visível o pavimento original, construído com grandes lajes de calcário, e, também, o sistema de drenagem das águas pluviais
Afastado do centro encontra-se o hipódromo, único exemplar de planta integralmente conhecida em território nacional.
IPPAR
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