As PME e o namoro de Sócrates
"José Sócrates quer acelerar a internacionalização das pequenas e médias empresas (PME) num processo onde o Estado terá um "papel inestimável". É assim Portugal: não há nada onde não apareça o "papel inestimável" do Estado. Há semanas o responsável da associação de jovens empresários até dizia que o Estado devia entrar no capital das PME...
É positivo este súbito interesse pelas PME? Não. Porque é do género "one night stand". Com eleições à porta e o chão a fugir-lhe sob os pés, Sócrates lança mão de tudo o que o ajude a ficar à tona. Se o seu interesse fosse sincero, ter-se-ia lembrado das PME mais cedo. Só que elas não se enquadravam na estratégia mediática do Governo: não se prestam a anúncios de investimentos de biliões de euros, não têm nome de multinacional, não estão (erradamente) associadas à ideia de modernidade e inovação, não criam aos mil e dois mil postos de trabalho de cada vez...
Quem dirige PME pode olhar para este namoro com alguma gula (subsídios) e até satisfação ("Até que enfim o Governo olha para nós!"). É um erro. Porque não é destes (vagos) apoios que as PME precisam.
Se o Estado quer fazer alguma coisa por elas só precisa de reduzir a burocracia, criar um quadro fiscal que não mude todos os anos e estimular a abertura do seu capital (para introduzir sangue novo e gestão profissionalizada). Não é pouco e fará milagres. Mais do que os milagres que podem ser "comprados" com os milhões que o Estado oportunisticamente lhes quer agora dar."
Camilo Lourenço
É positivo este súbito interesse pelas PME? Não. Porque é do género "one night stand". Com eleições à porta e o chão a fugir-lhe sob os pés, Sócrates lança mão de tudo o que o ajude a ficar à tona. Se o seu interesse fosse sincero, ter-se-ia lembrado das PME mais cedo. Só que elas não se enquadravam na estratégia mediática do Governo: não se prestam a anúncios de investimentos de biliões de euros, não têm nome de multinacional, não estão (erradamente) associadas à ideia de modernidade e inovação, não criam aos mil e dois mil postos de trabalho de cada vez...
Quem dirige PME pode olhar para este namoro com alguma gula (subsídios) e até satisfação ("Até que enfim o Governo olha para nós!"). É um erro. Porque não é destes (vagos) apoios que as PME precisam.
Se o Estado quer fazer alguma coisa por elas só precisa de reduzir a burocracia, criar um quadro fiscal que não mude todos os anos e estimular a abertura do seu capital (para introduzir sangue novo e gestão profissionalizada). Não é pouco e fará milagres. Mais do que os milagres que podem ser "comprados" com os milhões que o Estado oportunisticamente lhes quer agora dar."
Camilo Lourenço
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