sábado, julho 04, 2009

Loucuras

"Está encontrada a princesa Diana deste Verão, apenas com uma inclinação um bocadinho mais criativa, uma intimidade um bocadinho mais nebulosa e o sexo um bocadinho mais dúbio. Hesitei entre escrever "sexo" e "espécie", dado que nem sempre Michael Jackson me parecia humano. Se era, não gostava de o ser. No interior da cabeça e no exterior do corpo que a suportava, tudo fez para adquirir a dimensão dos seus heróis unidimensionais, cujas estátuas lhe enfeitavam o jardim: Batman, Super-homem, Homem-aranha, etc. Só as referências bastam para diagnosticar a demência que cedo afectou uma criança de facto talentosa e a transformou na aberração tecnicamente adulta que o mundo inteiro conheceu e meio mundo admirava. Apesar de uma ou duas canções bonitinhas dos primórdios, enquanto artista o falecido não me provoca qualquer comentário. Já a veneração global de um caso clínico e triste deveria suscitar abundantes ensaios sociológicos ou psiquiátricos. Dedicar a um louco a loucura que por aí vai é, além de cruel, um sinal do estado da humanidade e, vá lá, uma única razão racional para Michael Jackson ter fugido dela toda a vida."

Alberto Gonçalves

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Ora até que enfim alguém disse tudo o que havia a dizer sobre a loucura que por aí vai... e alguém teve a lucidez de postar!!

sábado, julho 04, 2009  

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