Compreender o islão
"José Mourinho atribuiu a má forma de um seu jogador ao jejum do Ramadão e logo provocou a fúria de organizações muçulmanas em Itália. Pobre Mourinho: nem o fanatismo e a violência vulgares no futebol o prepararam para lidar com os adeptos de Maomé. Ao que parece, o Islão institucional, moderado e tolerante que diariamente nos vendem não é muito menos irado que os terroristas que agem em seu nome. As razões da ira são diversas, mas o exemplo do NaqaTube é esclarecedor. O NaqaTube (ou "canal árabe", em tradução livre), criado na Arábia Saudita, quer ser a alternativa islâmica e "limpa" ao YouTube. De certo modo, é: não permite música, não permite imagens de mulheres (excepto se envoltas em rodilhas), não permite referências ao álcool, etc. Também é provável que não permita jogos do Inter de Milão, mas os três critérios anteriores bastam para se perceber a impossibilidade de se ser em simultâneo um bom muçulmano e um muçulmano bem-disposto. Compreender o Islão é sobretudo compreender os que o sofrem em nome da crença, embora não convenha esquecer os que o sofrem a pretexto da descrença."
Alberto Gonçalves
Alberto Gonçalves
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