Ted Kennedy sabia nadar
"A "maldição" dos Kennedy, que a imprensa recordou em tons hagiográficos na morte do senador Edward, não atingiu apenas membros da família. Desde as eleições de 1960, manipuladas no Illinois e talvez no Texas, às trapalhadas do Vietname e da Baía dos Porcos, passando pelas incontáveis mocinhas que serviam o priapismo da parelha de irmãos que ocupou a Casa Branca durante três anos, muitos foram os afectados, nem sempre positivamente, pelo célebre clã. Directamente aniquilada foi Mary Jo Kopechne, uma ex-colaboradora do mano Robert que em 18 de Julho de 1969 viajava no carro do Kennedy agora falecido. Depois de conduzir o Oldsmobile para dentro de um lago de Martha's Vineyard e nadar para terra, o estimável Ted deparou-se com duas opções: 1) tentar salvar a rapariga que ficara no interior do automóvel, sujeitar-se à chegada das autoridades, realizar o teste de alcoolemia e esfrangalhar as ambições políticas; 2) fugir. É sabido que Edward fugiu, perdendo as ânsias presidenciais no caminho mas ganhando um julgamento simpático, dois meses de pena suspensa, uma influente carreira no senado e, quatro décadas passadas, centenas de obituários elogiosos, além de uma desmesurada elegia de Barack Obama. Parece, rezam os fiéis, que Edward Kennedy tinha elevadas preocupações sociais. Como acontece com frequência, as individuais é que eram pequeninas: não é preciso acrescentar que Mary Jo Kopechne morreu de asfixia aos 28 anos. Inúmeros "conspirativos" garantem que a morte precedera o lago. De qualquer maneira, a reabilitação parcial ou completa do respectivo responsável é um momento peculiar da história dos EUA."
Alberto Gonçalves
Alberto Gonçalves
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