Janelas de oportunidade
"Um amigo, que "cobriu" a campanha do PSD nas "legislativas", contou-me a estratégia do dr. Aguiar-Branco durante cada "arruada": seguir largos metros à frente da restante comitiva (e sobretudo da dra. Manuela), distribuir panfletos aos transeuntes e falar-lhes docemente e a título pessoal. Desde as eleições, quer na qualidade de novíssimo líder parlamentar, quer na qualidade de dirigente, quer nas múltiplas qualidades que decerto possui, as inúmeras intervenções do dr. Aguiar-Branco mostram que ele não tem feito outra coisa excepto distanciar-se da comitiva, agora metafórica. Quando, na data marcada ou antes da data marcada, o PSD trocar de líder, o dr. Aguiar-Branco será uma hipótese altamente plausível à sucessão. Porquê? Porque apareceu.
Na política contemporânea, os candidatos a futuros estadistas são como as janelas espontâneas da Internet: não se sabe a que pretexto surgiram, não se sabe de onde vieram, não se sabe para que servem. Simplesmente estão ali, às vezes com um conteúdo ligeiramente obsceno e normalmente avessas a deixarem-se fechar. O dr. Aguiar-Branco, com quem nem antipatizo, é apenas um exemplo. Podia falar do dr. Passos Coelho, que uma bela manhã Ângelo Correia e um par de comentadores recrutados à pressa decidiram erguer a esperança do liberalismo pátrio. E podia falar da maioria dos putativos chefes que o PSD regularmente inventa.
Tirando Marcelo e Rio, que são casos tão à parte que nem se movem, o PSD dos recentes anos e dos próximos parece entregue aos avanços de irrelevâncias públicas que preenchem o tempo com intrigas e as respectivas cabeças com presunção. É o tipo de gente que repete "saber o que quer para o país", cliché que, bem traduzido, significa não se ter a mínima ideia. Se tanto, os eventuais líderes do PSD sabem o que querem para si próprios, e os cépticos que acham tamanho vazio insuficiente para se alcançar o poder fariam melhor em olhar a ascensão do actual proprietário do mesmo. Aliás, mirarem-se no eng. Sócrates é o exercício favorito dos candidatos a mandar no PSD e, com sorte, em nós. Sorte deles, claro. Sorte só deles."
Alberto Gonçalves
Na política contemporânea, os candidatos a futuros estadistas são como as janelas espontâneas da Internet: não se sabe a que pretexto surgiram, não se sabe de onde vieram, não se sabe para que servem. Simplesmente estão ali, às vezes com um conteúdo ligeiramente obsceno e normalmente avessas a deixarem-se fechar. O dr. Aguiar-Branco, com quem nem antipatizo, é apenas um exemplo. Podia falar do dr. Passos Coelho, que uma bela manhã Ângelo Correia e um par de comentadores recrutados à pressa decidiram erguer a esperança do liberalismo pátrio. E podia falar da maioria dos putativos chefes que o PSD regularmente inventa.
Tirando Marcelo e Rio, que são casos tão à parte que nem se movem, o PSD dos recentes anos e dos próximos parece entregue aos avanços de irrelevâncias públicas que preenchem o tempo com intrigas e as respectivas cabeças com presunção. É o tipo de gente que repete "saber o que quer para o país", cliché que, bem traduzido, significa não se ter a mínima ideia. Se tanto, os eventuais líderes do PSD sabem o que querem para si próprios, e os cépticos que acham tamanho vazio insuficiente para se alcançar o poder fariam melhor em olhar a ascensão do actual proprietário do mesmo. Aliás, mirarem-se no eng. Sócrates é o exercício favorito dos candidatos a mandar no PSD e, com sorte, em nós. Sorte deles, claro. Sorte só deles."
Alberto Gonçalves
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