Onde entra o PSD
"O Governo não vai subir impostos, contrariando a recomendação do FMI. Não parece mal nem bem, ninguém, em consciência, sabe o que é preferível. Sendo que o governador do Banco de Portugal já expressou a sua queda, prontamente reequilibrada quando ela não coincidiu com a do “patrão”.
Fica, contudo, para memória futura: Vitor Constâncio acha que não há saída a não ser a habitual subida de impostos. E, por uma vez, acerta na mouche.
É evidente o que está escrito nas contas do Estado: seja qual for o Governo, mais cedo que tarde teremos de pagar o suplemento à dízima. Se não for de forma directa no imediato será na próxima oportunidade, num espaço temporal que estica ou encolhe em função do clima político. É aí que entra o PSD.
Esta semana, Francisco Pinto Balsemão disse o que o cego vê, se quiser ver. O partido perde influência desde que Cavaco o deixou por um tabu pessoal e intransmissível. Nunca mais se endireitou, ao contrário do personagem que, à custa da rejeição, chegou à Presidência da República - num processo que responsabiliza o líder de então, Luís Marques Mendes. Fica, para memória futura, o concubinato: Mendes pôs ao serviço de Cavaco a estrutura do partido, sem que eles, os eleitores, dessem pela coisa. Deu no que deu, além da merecida medalha para Marques Mendes.
Entretanto, o que disse Balsemão? Aquilo que o "Mourinho de Cavaco" gostaria de dizer mas não ousa. O PSD tem de ousar, sem complexos ou receio do (seu) eleitorado. O PSD deve fazer a sua opção sobre as funções do Estado e, em particular, no desenho de um modelo de Estado social; o PSD deve afirmar a sua política para um novo mundo do trabalho; o PSD deve, por que não?, enunciar escolhas sobre o que está aí, do casamento gay ao código social sobre drogas. Ou seja: o PSD tem de libertar-se do espartilho em que se deixou enredar e construir uma agenda política, pessoal e intransmissível.
Enquanto o PSD se esgotar numa guerra de mata-mata, ficará sempre aquém dos objectivos. Foi esse o erro capital da liderança de Manuela Ferreira Leite (todas as fichas num único número) e será esse o destino de uma nova liderança se insistir no número. Mesmo que - como referiu Balsemão - possa ser mais eficaz.
Enquanto o PSD não for capaz de impor o seu traço distintivo, vai continuar a consumir líderes e a contribuir para o remanso dos adversários, o PS, ao centro, e o CDS, à direita. Num processo que, de facto, se assemelha à figura de um "lento suicídio". Por enquanto.
À falta de Chávez brilhou Shakira, numa abençoada benesse a Lisboa. Mas o melhor esteve no frenesim do casal presidencial. O nosso, Maria e Aníbal, como já não se via desde as escutas de Belém."
Raúl Vaz
Fica, contudo, para memória futura: Vitor Constâncio acha que não há saída a não ser a habitual subida de impostos. E, por uma vez, acerta na mouche.
É evidente o que está escrito nas contas do Estado: seja qual for o Governo, mais cedo que tarde teremos de pagar o suplemento à dízima. Se não for de forma directa no imediato será na próxima oportunidade, num espaço temporal que estica ou encolhe em função do clima político. É aí que entra o PSD.
Esta semana, Francisco Pinto Balsemão disse o que o cego vê, se quiser ver. O partido perde influência desde que Cavaco o deixou por um tabu pessoal e intransmissível. Nunca mais se endireitou, ao contrário do personagem que, à custa da rejeição, chegou à Presidência da República - num processo que responsabiliza o líder de então, Luís Marques Mendes. Fica, para memória futura, o concubinato: Mendes pôs ao serviço de Cavaco a estrutura do partido, sem que eles, os eleitores, dessem pela coisa. Deu no que deu, além da merecida medalha para Marques Mendes.
Entretanto, o que disse Balsemão? Aquilo que o "Mourinho de Cavaco" gostaria de dizer mas não ousa. O PSD tem de ousar, sem complexos ou receio do (seu) eleitorado. O PSD deve fazer a sua opção sobre as funções do Estado e, em particular, no desenho de um modelo de Estado social; o PSD deve afirmar a sua política para um novo mundo do trabalho; o PSD deve, por que não?, enunciar escolhas sobre o que está aí, do casamento gay ao código social sobre drogas. Ou seja: o PSD tem de libertar-se do espartilho em que se deixou enredar e construir uma agenda política, pessoal e intransmissível.
Enquanto o PSD se esgotar numa guerra de mata-mata, ficará sempre aquém dos objectivos. Foi esse o erro capital da liderança de Manuela Ferreira Leite (todas as fichas num único número) e será esse o destino de uma nova liderança se insistir no número. Mesmo que - como referiu Balsemão - possa ser mais eficaz.
Enquanto o PSD não for capaz de impor o seu traço distintivo, vai continuar a consumir líderes e a contribuir para o remanso dos adversários, o PS, ao centro, e o CDS, à direita. Num processo que, de facto, se assemelha à figura de um "lento suicídio". Por enquanto.
À falta de Chávez brilhou Shakira, numa abençoada benesse a Lisboa. Mas o melhor esteve no frenesim do casal presidencial. O nosso, Maria e Aníbal, como já não se via desde as escutas de Belém."
Raúl Vaz
1 Comments:
Cavaco não presta
Usou o PSD para entrar.
Abusou do PSD para subir
Mandou o PSD à merda quando dele já pouco precisava ou assim ele julga.
Para além de mandar tirar um retrato seu da campanha do PSD e não perde tempo para mostrar soberba e sobranceria pelos sociais democratas.
Um gajo que "nem sabe ter, quanto mais manter, uma conversa" dizia o seu inimigo fidagal, o marocas das cantigas.
Não sabe estar em público, nem sequer estar à mesa.
Mas um povo que vota socrates também é capaz de dar a vitória a cavaco, e foi isso que aconteceu.
E não me venham com a cantiga de que o povo nunca se engana.
Esta democracia está perdida.
Cada dia que passa, é um novo escândalo.
Os cagalhães são uma fraude tremenda
O Vara já está passando
agora vêm os 200 milhões para as estradas de Portugal... depois que foi feita a privatização
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