Abraçar a vida com siso
Se as coisas da vida fossem assim coisas simples,
se as coisas simples nos tocassem sempre,
se quando magoamos alguém o fazemos sem intenção,
se a consequência é tida como desatenção,
eu diria que fazer sofrer por vezes me torna um ser solitário,
porque sendo desatento e distraído,
com isso, na minha caminhada de silêncios,
quando falo, acabo por magoar,
não é que faça por mal,
mas o mal nem sempre é obra de vontades,
pode ser coisa de acasos,
porque afinal sou um tipo distraído,
impaciente raras vezes,
mas tenho o azar de poucas vezes,
as coisas cairem sobre os que não quero magoar,
e esses acasos do destino,
mesmo que aconteçam uma vez,
fazem sofrer como se fosse coisa de hábito,
a mim e a quem não quero,
fico acabrunhado e desespero,
nem que em toda a minha vida seja obra de um dígito,
sinto-me mal, com aquela nausea de mal fazer,
especialmente se és tu quem menos espero,
seres a vítima das minhas fraquezas,
da minha condição de fraco ser humano,
com as minhas manias de caminhar,
sem olhar as coisas que piso,
porque a vida não é so andar por andar,
tem de ser coisa abraçada com siso.
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