O pátio das cantigas
"Alguém quer que este Governo caia já. Ele é um fantasma. Assombra.
É uma versão do super-herói trapalhão Morcego Vermelho, a identidade secreta do Peninha. Faz peninha. O PCP quer que Sócrates caia, exangue, no Parlamento.
Sem que uma lágrima de crocodilo seja derramada por ele. Mas mais ninguém quer isso. Nem o Presidente, e por isso deixou passar o que Sócrates quer legar ao País. Nem o PSD, que não quer ser queimado como um bruxo na fogueira do combate ao défice. É triste este País: temos um Governo que já não o é; não desejamos um Governo que o possa ser. Todos querem e não querem porque tudo é um jogo: qual a melhor táctica para garantir o poder? Cavaco Silva não quer turbulências até ser reeleito. Pedro Passos Coelho não quer confusão antes de Cavaco voltar a ganhar as eleições. O problema é que, como alertou ontem Fernando Ulrich, não há tempo para tácticas: se acertarmos na parede não ficamos com um galo, perdemos os sentidos. E nada garante que o INEM do FMI ou do BCE nos injecte com o dinheiro que não temos nem nos emprestam. A crise mata e esfola.
E ninguém quer estar no lugar do morto reservado em São Bento para quem terá de lidar com esta crise.
A coreografia está montada e a Sócrates está reservado o papel de compère, como numa revista do Parque Mayer. Sócrates tentará passar a ideia que ele é o senhor Feliz e que Passos Coelho é o senhor Contente numa dupla imbatível. Para ver se não é sacrificado sozinho. Parece que ninguém está a ver que isto já não é uma comédia portuguesa estilo "Pátio das Cantigas". "
Fernando Sobral
É uma versão do super-herói trapalhão Morcego Vermelho, a identidade secreta do Peninha. Faz peninha. O PCP quer que Sócrates caia, exangue, no Parlamento.
Sem que uma lágrima de crocodilo seja derramada por ele. Mas mais ninguém quer isso. Nem o Presidente, e por isso deixou passar o que Sócrates quer legar ao País. Nem o PSD, que não quer ser queimado como um bruxo na fogueira do combate ao défice. É triste este País: temos um Governo que já não o é; não desejamos um Governo que o possa ser. Todos querem e não querem porque tudo é um jogo: qual a melhor táctica para garantir o poder? Cavaco Silva não quer turbulências até ser reeleito. Pedro Passos Coelho não quer confusão antes de Cavaco voltar a ganhar as eleições. O problema é que, como alertou ontem Fernando Ulrich, não há tempo para tácticas: se acertarmos na parede não ficamos com um galo, perdemos os sentidos. E nada garante que o INEM do FMI ou do BCE nos injecte com o dinheiro que não temos nem nos emprestam. A crise mata e esfola.
E ninguém quer estar no lugar do morto reservado em São Bento para quem terá de lidar com esta crise.
A coreografia está montada e a Sócrates está reservado o papel de compère, como numa revista do Parque Mayer. Sócrates tentará passar a ideia que ele é o senhor Feliz e que Passos Coelho é o senhor Contente numa dupla imbatível. Para ver se não é sacrificado sozinho. Parece que ninguém está a ver que isto já não é uma comédia portuguesa estilo "Pátio das Cantigas". "
Fernando Sobral
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