segunda-feira, junho 14, 2010

Erros graves, pequenos deslizes

"É verdade que, ao declarar o apoio a Manuel Alegre, o PS exibiu o entusiasmo de quem recebe um diagnóstico de sarampo. Mas, como o sarampo, o apoio não deverá ter consequências malignas para o partido e certamente não terá as consequências previstas pelo dr. Soares aqui no DN. Claro que "por razões exclusivamente políticas", o dr. Soares sugere que, "no actual contexto político-partidário", o líder socialista, José Sócrates, "cometeu um erro grave, que porventura mesmo lhe poderá ser fatal e ao PS".

Nunca me passaria pela cabeça tentar competir com a experiência e a sabedoria do dr. Soares. Ainda assim, ouso suspeitar que a provável hecatombe nas "presidenciais" é o menor dos problemas do eng. Sócrates. O PS resignou-se à reeleição de Cavaco, inevitável mesmo que os socialistas trocassem Alegre pelo dr. Nobre ou pelo Menino Jesus da Cartolinha. Aliás, a derrota de Alegre, que condenará o poeta à irrelevância vitalícia, até será o único consolo do eng. Sócrates nos tempos que aí vêm.

O pior é o resto. E do resto, chame-se-lhe crise, falência ou caos, o eng. Sócrates e o PS talvez não escapem com a facilidade com que escaparão do fracasso da corrida a Belém. Ainda que movido "por razões exclusivamente políticas", é injusto que o dr. Soares culpe Manuel Alegre pelo buraco em que o PS se arrisca a cair. Mas é justo que aconteça a este PS o que este PS fez ao País, na certeza de que o nosso estado terminal não se deve ao sarampo
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Alberto Gonçalves

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