Ganhar à França
"Eu, que sou um nostálgico, aflijo- -me com as tradições em risco. Entre greves, balneários destruídos e murros nos árbitros, por regra é a selecção portuguesa que costuma abandonar em grande as competições internacionais de futebol. No Mundial em curso, porém, foi para já a equipa francesa a destacar-se nesse particular campeonato da rebaldaria. Quando não nos elimina nos confrontos directos, como é habitual, a França arranja sempre maneira de nos vencer. E, aparentemente, de goleada.
Assim por alto, o desempenho dos bleus (aos poucos vou dominando o jargão) na África do Sul consistiu em jogadores que insultam o treinador, jogadores recambiados precocemente para casa, jogadores que trocam os treinos por plenários, jogadores que ameaçam não aparecer para o último jogo, jogadores que perdem o último jogo, jogadores que pedem, e conseguem, audiências no Eliseu com o presidente da República, o qual entretanto cancelou todos os compromissos restantes a fim de resolver a crise pelas próprias mãos.
Vive la France? Com certeza, que este nível de ridículo não se ultrapassa com facilidade. Sucede que o futebol é proverbialmente uma caixinha de surpresas e, noutro provérbio, o bom povo garante que até ao lavar dos cestos é vindima. Por enquanto, a nossa selecção limitou-se a festejar sete vezes a condenação da comitiva norte-coreana a campos de concentração e a afastar dois futebolistas por lesões que os especialistas reputam de duvidosas. Mas ainda há tempo para inverter este melancólico estado das coisas.
Se a selecção fizer por honrar o seu historial, estou convencido de que, antes, durante ou depois do jogo com a Espanha, arranjará um regabofe de dimensão suficiente para preocupar o presidente da República, suscitar a intervenção urgente do primeiro-ministro e, em nome da estabilidade e dos superiores interesses do país, motivar o envolvimento responsável do dr. Passos Coelho."
Alberto Gonçalves
Assim por alto, o desempenho dos bleus (aos poucos vou dominando o jargão) na África do Sul consistiu em jogadores que insultam o treinador, jogadores recambiados precocemente para casa, jogadores que trocam os treinos por plenários, jogadores que ameaçam não aparecer para o último jogo, jogadores que perdem o último jogo, jogadores que pedem, e conseguem, audiências no Eliseu com o presidente da República, o qual entretanto cancelou todos os compromissos restantes a fim de resolver a crise pelas próprias mãos.
Vive la France? Com certeza, que este nível de ridículo não se ultrapassa com facilidade. Sucede que o futebol é proverbialmente uma caixinha de surpresas e, noutro provérbio, o bom povo garante que até ao lavar dos cestos é vindima. Por enquanto, a nossa selecção limitou-se a festejar sete vezes a condenação da comitiva norte-coreana a campos de concentração e a afastar dois futebolistas por lesões que os especialistas reputam de duvidosas. Mas ainda há tempo para inverter este melancólico estado das coisas.
Se a selecção fizer por honrar o seu historial, estou convencido de que, antes, durante ou depois do jogo com a Espanha, arranjará um regabofe de dimensão suficiente para preocupar o presidente da República, suscitar a intervenção urgente do primeiro-ministro e, em nome da estabilidade e dos superiores interesses do país, motivar o envolvimento responsável do dr. Passos Coelho."
Alberto Gonçalves
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