O FMI sabe mais que Comissão e BCE
"Desde que estourou a crise grega a vida do Euro virou um Inferno. E a avaliar pelos desenvolvimentos recentes, o Inferno vai continuar.
Porque os responsáveis europeus, em vez de matarem o mal pela raiz, vão respondendo com mezinhas: ora é um fundo de emergência transitório, ora são resgates (Grécia e Irlanda) concebidos a pontapé, ora é a imposição de PEC sem ligação à realidade (Portugal)…
O terceiro resgate, em curso, mostra que o que se fez no último ano não resolveu nada e que as fundações do Euro continuam tão frágeis como em Janeiro de 2010. Porque a Europa não quer aprender com quem sabe da poda: o Fundo Monetário Internacional.
O caso português ilustra isso. Os técnicos do Fundo já perceberam que ajustamentos orçamentais demasiado restritivos e rápidos não são solução. Porque deixam de lado problemas estruturais que impedem que países como Portugal voltem a crescer de forma sustentada.
O problema é que o resto da Europa, exasperada pelas nossas mentiras e pela imaturidade da classe política, não está pelos ajustes. E olha para o resgate como "A punição" para um país que teima em viver acima das posses… em vez de encarar a crise da dívida como uma oportunidade para criar soluções para o problema. Como? Criando um Tesouro europeu que coloque técnicos (com poderes draconianos) à porta dos ministérios das Finanças de cada país; e criando, no BCE, um departamento que identifique os problemas estruturais dos países do Euro.
Num enquadramento destes a única certeza que se pode ter é que vem aí mais do mesmo. E que a Espanha, que até foi mais séria do que nós a cortar despesa, não está livre de chatices."
Camilo Lourenço
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